Confira entrevista exclusiva com o Ministério Favor do Rei

Formado por Fábio Levi, Vinícius Muratt, Daniele Soares, Michelle Levi e Rachel Muratt, o Ministério Favor do Rei lançou seu primeiro CD Permita-me em julho deste ano que conta com a produção musical de Fael Magalhães. Com 13 faixas, o disco segue  a linha louvor e adoração aliado ao estilo pop e traz belas canções interpretadas por essas cinco vozes dispostas a abrir mão de tudo para viver o favor de Deus.

Membros da Assembleia de Deus Vitória em Cristo na Penha, bairro da Zona Norte do Rio, o Favor do Rei conversou com o Gospel no Divã e falou sobre o início da caminhada e como tem sido viver como dependente da graça de Deus. A entrevista que aconteceu no camarim dos estúdios da RIT TV, no Rio de Janeiro, contou também com a presença dos músicos Jonathas Monsores e Paulinho Amaral, respectivamente baixista e guitarrista do grupo.

Ministério Favor do Rei: Rachel Muratt, Vinícius Muratt, Daniele Soares, Fábio Levi e Michelle Levi | Fotos: Imagem Carioca

1. Como a música chegou na vida de cada um de vocês?

Fábio Levi: "Nasci em berço evangélico"

Fábio Levi: Nasci em berço evangélico na antiga Assembleia de Deus da Penha, hoje Vitória em Cristo. Passei por grupo de criança, de adolescente e você vai crescendo. Só que eu fui entrar mesmo nessa área de ministério de louvor foi quando saí da Assembleia de Deus e fui para a Nova Vida e lá que eu comecei mesmo a entrar nessa área específica.

Michelle Levi: Eu não nasci em berço evangélico, mas sempre ouvi música. Meu pai tinha um disco do Ivan Lins com um teclado na capa e ficava ali tocando. Então, resolvi aprender um pouco de violão, de canto, fiz aulas. Meu professor me levava para cantar MPB em bares e cafés na adolescência até que me converti aos 15 anos e comecei a cantar na igreja, mas meu foco no ministério de louvor aconteceu há uns três anos quando entrei para o ministério Vitória em Cristo, conheci o Fábio e a gente começou a namorar.

Daniele Soares: Minha família quase toda é formada por músicos e meu pai sempre incentivava eu e minha irmã a cantarmos na igreja. A gente começou no grupo de crianças e depois na adolescência a participar de corais e também do ministério de louvor. Eu entrei para o ministério de louvor da minha igreja e sempre tinha esse desejo no meu coração e hoje está se concretizando. Passei por corais, participei de grupos vocais, fiz back-vocal, mas me encontrei no ministério de louvor que é uma onda em que mergulhei mesmo e Deus tem reservado isso para todos nós.

Rachel Muratt: Eu sou irmã da Daniele. Começamos praticamente juntas e eu comecei solando no coral das crianças. Gravei um CD com ela, mas não era sertanejo (risos). A gente sempre gostou de ministração e isso sempre foi muito presente nas nossas vidas.

Vinícius Muratt: Minha família sempre foi muito envolvida na igreja com pastores e pessoas envolvidas na parte musical da igreja. Minha tia Márcia me iniciou na música porque, desde pequeno, ela percebia que eu tinha um dom para música. Então, ela começou a me ensinar como cantar e, como todos nós aqui, comecei no grupo de crianças, jovens, adolescentes. Eu sou músico, sou baterista, já saí pra tocar com corais e com algumas pessoas do meio gospel.

2. Como vocês se conheceram?

Vinícius Muratt: momento de conquista

Fábio: Eu fui nascido e criado na Vitória em Cristo e, quando fui para a Nova Vida, lá Deus confirmou uma chamada na minha vida quando comecei a ministrar e assumir o ministério de louvor da Nova Vida na época. Só que, como eu voltei pra Assembleia de Deus Vitória em Cristo, vim a fazer parte do ministério de louvor e isso já faz mais de 12 anos. E eu comecei a sentir uma necessidade na igreja principalmente após um congresso de jovens onde ministrei pela primeira vez e as pessoas começaram a perguntar o que faltava para começar a gravar e eu comecei a pedir a Deus porque gravar um CD não é uma coisa tão simples e a parte mais complicada não é software, não é repertório, é peopleware, são as pessoas que vão fazer parte desse projeto e que estejam no mesmo propósito e tenham o mesmo sonho em comum. Deus colocou em nossa vida o Moisés Lopes que produziu artisticamente o CD, porém Deus colocou no meu coração que não queria nada solo, queria algo ministerial, uma equipe formada por pessoas e a gente começou a pedir a Deus pessoas especiais que tivessem o mesmo propósito, o mesmo sonho, o mesmo projeto que pudessem nos acompanhar, até que, um belo dia, chegaram três pecinhas novas no ministério de louvor: Vinícius, Daniele e Rachel.

Vinícius: Interessante que a gente chegou num momento de conquista do ministério do Fábio e da Michelle. Logo em seguida, a gente foi conhecendo quem eles eram.

Daniele: Eu acho que o principal de tudo foi porque cantávamos em ministérios com outras pessoas e a gente teve uma afinidade muito grande na música e também na amizade.

3. Por que escolheram o nome Favor do Rei?

Rachel: A gente ia colocar Favor de Deus, mas a gente deu uma estudada e o João Paulo Almeida, que é um dos compositores do CD, já tinha registrado com esse nome. Aí, eu e Vinícius já tínhamos comentado a ideia de colocar Favor do Rei, alguma coisa que tivesse a ver com graça. A gente chegou na casa do Fábio e ele disse que estava pensando em colocar Favor do Rei e vi que era de Deus. Depois que a gente colocou o nome, a gente veio vivendo o Favor do Rei em nossa vida. A gente sentiu que a graça do Senhor estava nos alcançando e estamos vivendo o favor dEle.

Vinícius: Se tem uma coisa que a gente procura viver e vive até hoje é o favor de Deus. Dependemos da graça e, se não for a atuação do Espírito Santo, a gente não é nada.

4. Desde o início já pensavam em gravar CD?

Fábio: A gente tinha esse propósito, mas não era o alvo...

Michelle: A gente só não sabia que ia acontecer rápido, Deus já tinha preparado tudo.

Vinícius: De certa forma, Deus já tinha falado com cada um no crescimento musical e Ele veio confirmando. São vários ministérios que Deus uniu para que chegasse ao nome Favor do Rei e Ele já tinha falado com cada um sobre essa questão da gravação.

5. Como foi o processo de criação do álbum desde a seleção de repertório até entrar em estúdio?

Fábio: Parte dessa história ficou tudo na mão do Moisés Lopes, mas não adianta porque o próprio ministério acaba se envolvendo. Não dá para você sentar, cruzar os braços e deixar o produtor artístico cuidar de tudo e só gravar. Recebemos algumas músicas que já tinham sido gravadas por gravadoras que implicam com isso. Então, ficou a cargo de a gente pesquisar e montar repertório foi uma coisa até muito interessante. Eu e Michelle, em casa, escolhemos o repertório e combinei com a Michelle de colocar só um pontinho no final de cada canção sem ninguém perceber e fomos ver se ia bater com as que eles escolhessem. Quando a gente se reunia pra ver, todas as músicas que a gente tinha marcado foram as que a gente tinha separado.

6. E como foi entrar no estúdio e ver o sonho se realizando?

Daniele Soares: sonho se realizando

Daniele: Foi emocionante, particularmente na música Prova de amor, do João Paulo Almeida. Eu estava sentindo a presença de Deus ali e falei: ‘Deus, obrigada porque o sonho está se realizando mesmo’.

Vinícius: A gente entrou no estúdio com essa concepção que não é pra gente receber a glória. A gente entra no estúdio, já ora antes de cada gravação e o Espírito Santo ali conduzindo. É uma experiência totalmente diferente de você pegar o microfone na igreja ou fazer o back pra alguém. No estúdio é outra concepção.

Rachel: Tem até uma canção inclusive em que eu embargo a minha voz – Por toda minha vida. Teve uma hora que eu não conseguia cantar mais nada, mas depois que faz aquela edição, minha voz deu uma consertada. Tem uma parte da música em que eu fiquei muito emocionada com tudo o que estava acontecendo e a música em si.

Vinícius: Estávamos todos concentrados e o Espírito Santo veio de uma forma que não tem explicação.

Michelle: E a cada vitória a gente vibrava junto. Uma vez a gente fechou contrato com a pessoa que ia nos produzir e a gente viu que realmente ia acontecer. A gente entrou no carro, se olhou e demos aquele grito juntos e depois a gente começou a adorar ao Senhor ali, chorando e exaltando o nome do Senhor.

7. Como chegaram ao título Permita-me e qual a principal mensagem do álbum?

Fábio: Bom, permita-me dizer (risos)... Foi mais um pedido de licença. Senhor, nos permita entrar na Sua sala, na sala do trono e Te adorar. Permita-nos entrar no Seu reino, permita-nos até a ser ousados porque hoje nós nos fazemos uma pergunta: ‘Será que estamos preparados para poder trazer a glória de Deus aqui?’. É uma busca constante a cada dia, então o título do nosso CD foi direcionado a que o Senhor nos permita a entrar na sala do Seu trono hoje e Te adorar.

8. Como foi quando receberam o CD?

Michelle Levi: "Deus tratou com a gente"

Michelle: É até interessante contar isso porque o CD atrasou e a nossa consagração já estava marcada. O produtor pegou, fez um CD demonstrativo e deu na nossa mão e a gente tinha tudo preparado e foi muito emocionante o que Deus ministrou em nosso coração porque o sonho já estava pronto, estava finalizado e a gente não precisava vê-lo na nossa mão porque tudo é Deus quem faz e era para a gente agradecer mesmo sem o CD porque a gente já tinha motivos bastantes para agradecer, já estávamos vivendo o favor dEle. Foi um dia assim em que o céu desceu e que impactou as nossas vidas. Deus tratou com a gente. A gente esperava visitas de pessoas, mas que não puderam ir e Deus ministrou em nosso coração: ‘Eu estou aqui! Sou Eu quem vocês precisam’. Então a gente saiu dali certo de que a gente está no caminho que Deus quer e a gente não quer se desviar dessa visão que Ele está dando.

9. Falem sobre a canção Não há outro nome com a participação de Davi Fernandes.

Fábio: A gente conseguiu o contato do Davi Fernandes numa visita do Davi Sacer num congresso em nossa igreja. Eu sempre gostei de Davi Sacer e das canções dele, aí falei na cara de pau que queria gravar uma canção dele. Ele falou que só costuma compor quando está próximo de lançar um CD, mas ficou de me dar o contato de um cara que tem mandado muitas composições para o meu ministério que é muito bom e falou o nome: Davi Fernandes. Só que ele não entregou o contato na hora do congresso, então, fui para o Twitter e achei o cara e fiz o contato. Ele me mandou o telefone e depois começamos um relacionamento. Só que a participação dele no CD surgiu depois de algo que ele fez que nos emocionou: ele praticamente doou as três canções dele pro nosso CD e as pessoas sabem que é difícil um compositor de nome doar uma música para uma pessoa que ele acabou de conhecer. Então, nós sentimos esse carinho e a gente o convidou para participar e ele ministrou sobre as nossas vidas. Foi uma noite especial para gente.

10. Como grupo vocal, quais dicas vocês dão para quem deseja seguir nessa mesma linha?

Rachel Muratt: "A gente não escuta só um estilo"

Vinícius: Em primeiro lugar, escutar muita música. Não tem dica melhor de se dar do que escutar bastante.

Rachel: E a gente não escuta só um estilo. A gente tem que conhecer muito para entender. A Michelle faz MPB muito bem. Eu e minha irmã costumamos cantar música black, mas a gente ouve um pouquinho a área pop. O Vinícius também e o Fábio é mais para o pop e fica aquela coisa bem harmoniosa.

Daniele: Eu recomendo também grupos a capella porque vocal tem que ter dinâmica e saber captar a voz do outro.

Michelle: Acho que é bom também lembrar que o menos, às vezes, é mais. Tem que procurar nivelar a voz um com o outro e sempre procurar saber que o seu irmão sempre tem algo a te oferecer e tentar equilibrar à parte técnica.

Rachel: Tem que estar em harmonia também. Por exemplo, quando um não está bem, a gente já vê que a dinâmica e a harmonia têm que existir.

Vinícius: Na realidade é a intimidade. Independente se você está um dia bem ou mal, a pessoa que está do seu lado tem que cobrir.

11. Agora, vocês são cinco amigos, mas cada um tem seu pensamento, seu gosto, seu jeito de ver as coisas. Como fazem para manter essa harmonia?

Fábio: É uma coisa que não tem para onde correr. A realidade é essa: se você não quer ter nenhum problema de opinião ou dentro de um relacionamento, grave solo, cante de play-back e, se for cantar com banda, canta, paga e manda embora. Porque se você vai conviver com pessoas, você vai ter choque de opinião, choque de pensamentos. Acontecem problemas e uma das características do grupo tanto as vozes quanto a banda, os pastores sempre olham pra gente e falam para nunca perdermos essa união. A gente briga, a gente discute, isso é normal, mas nunca no outro dia de forma que não venhamos nos amar.

Michelle: E tem uma coisa que meu pai sempre diz e vou deixar de recadinho pro pessoal: ‘Você quer andar rápido, você vai sozinho. Agora se quer ir longe, você vai junto’.

12. Como lidam com a fama e o sucesso?

Jonathas Monsores: A maioria mora na Vila da Penha e eu fui entrar numa lojinha na Pavuna e a irmã me reconheceu porque estavam vendendo CDs na igreja dela porque a gente ia cantar lá. Também teve uma vez em que a gente foi para um restaurante e a recepcionista nos reconheceu.

Fábio: E o mais interessante é que sucesso e fama são palavras totalmente distantes uma da outra e fama ainda tem dois significados. Jesus era totalmente preocupado com a sua fama. O que é a fama? É o que as pessoas pensam a seu respeito e como elas te veem. Agora, sucesso nós já temos porque tínhamos um projeto, realizamos esse projeto e estamos caminhando nele. Já nos sentimos totalmente vitoriosos, nós já temos nosso sucesso. Agora, o reconhecimento do seu trabalho é algo que a gente prefere mesmo esperar Deus fazer, tem pessoas que já tem um carinho todo especial pela gente e pelo ministério só que, por um cuidado todo especial com nossa vida espiritual e o Ministério Favor do Rei, a gente deixa sempre nas mãos de Deus. Ele garante e se for da vontade dEle que a gente venha cantar para um milhão de pessoas, dois milhões de pessoas, nós vamos. E se tivermos que cantar para cinco pessoas, vamos fazer tão bem quanto nós já fizemos.

Jonathas: Já aconteceu de irmos cantar numa igreja e não ter nada. Só dois microfones e ter que ligar teclado, guitarra, baixo na mesma caixa e a igreja sentiu a presença de Deus.

Michelle: E uma coisa interessante também é o carinho das crianças que a gente não esperava e elas têm amado principalmente a música Me libertou e elas pedem.

Ministério Favor do Rei acompanhado por Jonathas Monsores (baixista) e Paulinho Amaral (guitarrista)

13. No release de vocês tem uma frase que chama atenção: “Viver para o Ministério servindo a Deus num propósito maior, para a glória Dele”. O que isso significa para vocês?

Fábio: Viver é abrir mão de tudo para esse ministério. Que ministério é esse? O Favor do Rei? Não! O Favor do Rei é uma ferramenta que Deus nos deu para que o Reino dEle continue crescendo aqui na terra. O viver para esse ministério é justamente o crescimento do Reino de Deus na terra e não há outra maneira de você dar crescimento de você dar crescimento ao Reino dEle do que resgatando almas. E quando a gente fala em viver totalmente para o Reino de Deus é a gente, muitas vezes, esquecer uma festinha de aniversário, é deixar um churrasquinho, um futebol, coisas do seu cotidiano, você abre mão para poder estar vivendo tudo aquilo que Deus colocou em suas mãos. Isso é abrir mão de tudo para viver em prol desse ministério. Semeando em terra fértil.

Daniele: À medida que a gente abre mão daquilo que o mundo pode te oferecer, você mostra domínio sobre aquilo.

Vinícius: Você mostra para Deus que não é preso a isso. Por mais que Deus conheça o seu interior, você demonstra para Deus abrindo mão de certas coisas igual a Salomão que podia ter pedido riquezas e pediu sabedoria.

Daniele: A gente acredita que o que vier nessa carreira, vai vir porque a gente abriu mão de nossas vontades para fazer o que Deus quer.

Fábio: Algumas vezes Deus nos direciona a cantar uma canção até de outros cantores e Deus às vezes nos direciona a cantar a música Tua graça me basta do Ministério Apascentar e Deus coloca uma ministração em nossos corações. Algumas pessoas não entendem o chamado de Deus na vida de um levita, porém o importante é saber que a consequência da gravação daquele trabalho é única e exclusivamente para glorificação do Nome dEle. Se você colocou dessa forma, você não põe em risco, em nenhum momento, de passar a frente da glória de Deus.

Michelle: A gente pede sempre em oração é isso mesmo para que nossa trajetória continue vivendo o favor dEle sem que a gente se perca e nos vermos lá na glória.