2 de junho de 2014

Fernanda Brum em ritmo de Copa do Mundo

Já diz a máxima que futebol é paixão nacional e sinônimo de Brasil. Agora, imagine o tamanho dessa paixão diante de uma Copa do Mundo aliado à questão que o evento esportivo será realizado por aqui 64 anos depois da derrota para o Uruguai em pleno Maracanã naquele fatídico 16 de julho de 1950.

Mas agora o sentimento é outro e a seleção brasileira segue rumo ao hexa esperançosa de brilhar no campeonato desse ano que, se por um lado é visto com esperança e otimismo por alguns, por outro não faltam aqueles que são totalmente contra a realização do evento visto a falta de condições para a realização dos jogos no Brasil diante do atraso das obras e da situação alarmante do país onde parece que uma pelada vai ser o suficiente para que o povo esqueça as mazelas enfrentadas nas filas dos hospitais ou nas vielas das favelas onde moradores tentam fugir da morte eminente que pega carona no rastro das balas perdidas.

Entre a torcida do #VaiTerCopa e do #NãoVaiTerCopa, a cantora Fernanda Brum teve a coragem de gravar a canção Gigante do Amor, uma composição dos pastores Lucas e Thaísa que já tem sido apontada como o hino oficial da Copa ao invés do Ole Ola da canção We are one gravada por Pitbull, Jennifer Lopez e Claudia Leitte. Lançado no dia 29 de maio, o clipe dirigido por Dayane Andrade com roteiro de Alomara Andrade e da própria cantora reproduz bem o clima que se espera às vésperas do início dos jogos. Estão lá a rua enfeitada – a Rua Pereira Nunes no bairro carioca de Vila Isabel para ser mais específico (alguém mais percebeu o templo da Igreja Renascer em Cristo?), a criançada jogando uma pelada (com participação da Brazuca, nossa bola oficial), a turminha do pagode bem a caráter, as bandeirinhas e muito verde-e-amarelo.

Apesar de algumas pequenas falhas (o lance da computação gráfica e a galera pulando ficou meio deslocado do resto do vídeo), o clipe retrata com maestria esse conflito de sentimentos que percorre o coração dos brasileiros mesclando a euforia dos campos e das ruas com as situações vistas ao longo do ano com os inúmeros protestos e a indiferença dos nossos governantes. Alheio às polêmicas – afinal, pode uma música gospel fazer menção a um evento da massa – Gigante do Amor foi um grande acerto no que podemos chamar de “música cristã de entretenimento”. E quem disse que evangélico não pode se divertir? Tire sua camisa amarela do armário, corra para a frente da TV, agita sua bandeira, toque até a vuvuzela se quiser (mesmo isso sendo da Copa passada), mas não tape os olhos aos que estão à volta e tente tapar o sol com a peneira. O mesmo Brasil que vibra com a bola em campo é o mesmo que não pode cochilar em frente às urnas daqui a alguns meses e esquecer quem é que manda de verdade nisso aqui.

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Shalom Adonai



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