8 de abril de 2010

"Meu estilo é a autoridade que vem do pentecostal e a suavidade da adoração"

A simpatia em pessoa. Assim podemos definir Michelle Nascimento. Com seu jeito todo descontraído, a cantora conversou com o nosso jornalista Rafael Ramos e falou sobre o novo CD A quem enviarei, lançado pela Line Records, ministério, a mudança para São Paulo e a vida de casada onde ela, como toda mulher apaixonada, aproveitou para se declarar para o maridão, o evangelista Vitor: “Vitor é demais, é o amor da minha vida”.

1. Essa deve ser uma pergunta que você sempre escuta, mas ser parte de uma família renomada no meio gospel influenciou sua decisão em ser cantora?

Primeiramente quero dizer que é um prazer estar aqui fazendo essa entrevista para todos vocês, ok. Então, vamos lá. Fui influenciada em certa parte porque eu nunca pensei em um dia gravar CD e, lá em casa, a única que cantava era a Gisele,e eu era muito tímida, muito mesmo. Quando ia pra igreja e me davam oportunidade eu tremia, tremia, segurava o microfone e ele quase caía no chão, mais fui crescendo, amadurecendo e amava ouvir Gisele cantar, ficava babando (risos). Eu me afastei do evangelho por quatro anos, eu tinha 16 anos e não queria mais saber de igreja e foi quando meu pai disse que ia me gravar porque Deus iria fazer uma grande obra em minha vida. Eu ia fazer 21 anos. Meu pai me deu a oportunidade de fazer Back´s e aí Deus foi trabalhando em mim, voltei para igreja e gravei meu primeiro CD Toque de fé. Não só porque faço parte da Família Nascimento, onde gravei um CD ou fui influenciada a gravar, mas foi porque Deus tinha um propósito e se Ele não tivesse, nunca iria colocar a mão no microfone para cantar, mesmo tendo um sobrenome tão forte. Mas graças a Deus Ele teve, né? Porque hoje amo fazer isso: louvar. Eu me sinto privilegiada por fazer parte dessa Família que tem um chamado tão forte de Deus e que é também tão querida por todos. Fico ainda mais feliz de ver que estão vindo mais Nascimentos por aí. A segunda Geração de Levitas, Douglas, Romulo, Henrique, Ruama, Dinho, Lucas, Max, Jhon Marcos e Henrique Nascimento. Esses são meus primos e olha que está faltando muito mais, pois quem não canta é músico e pregador da Palavra. Vem também em breve aí meu irmão Michel que está cantando lindo e toca bateria demais. Essa Família tem muitos tesouros escondidos e eu tenho certeza que muito em breve esses vão aparecer.
2. Você foi influenciada pela família ou preferiu seguir um estilo próprio?
Meu pai, produtor e cantor Tuca Nascimento me ajudou muito em seguir um estilo e, logicamente, meus tios são influência para mim. Eu estava um pouco dividida entre certos estilos. Quando nós crescemos na Assembleia de Deus, você sabe que sem querer acaba puxando para o Pentecostal, né (risos), mas eu fui ouvindo muitos cantores diferentes. Amo ouvir adoração, música americana, música forte, tipo de guerra para cantar com autoridade sabe... E cheguei à conclusão que meu estilo é a autoridade que vem do pentecostal e a suavidade da adoração.
3. Várias canções voltam para a questão de cumprir o chamado e não desistir do alvo. Por que abordar esse tema em seu terceiro CD?
Meu coração arde pela missão que Deus me ordenou, eu pedi a ele uma música que falasse sobre isso. Tenho certeza que existem muitas pessoas ainda dentro das igrejas que o sentimento de amor pelas almas não tem mais ardido em seus corações. O amor tem se esfriado e se esfriou dentro deles, como vão levar a verdade para aqueles que necessitam? E foi gravando esse CD A quem enviarei que pedi ao Senhor uma direção, um louvor que chamasse a atenção daqueles que estão inércios.O Senhor Jesus procura pessoas para obedecer aquilo que Ele quer, não estou falando de doutrina, não estou falando de você pegar sua mochila e ir por aí sem rumo, estou falando de algo muito difícil para aqueles que não querem sair da sua Zona de Conforto, como por exemplo, ser um exemplo para seus parentes que você não fala há anos por birra. Eles não conhecem a verdade e você conhece. Você está deixando que eles se percam por seu egoísmo. Vizinhos que você quando vê, levanta o vidro correndo para não falar com eles pois são chatos, mas eles sabem que você é evangélico e está perdendo uma oportunidade de dar um ‘bom exemplo’. Pessoas que passam por você todos os dias e por vários motivos perde a oportunidade de levar o Reino de Deus até elas, de falar algo que vá falar em seus corações. Não estou falando ‘Se você não aceitar Jesus vai queimar no inferno’, mas de palavras educadas que vão se tornando em assuntos agradáveis que levam a um objetivo divino (Muitas e muitas coisas que se eu fosse escrever aqui teria que ser um livro). Sei que Deus me chamou para uma grande obra e não posso perder tempo, tenho que fazer aquilo que Deus quer que eu faça. Prefiro estar mais bem vista aos olhos de Deus do que aos olhos dos homens, por isso gravei essas músicas que nos chamam a atenção para o querer de Deus, de cumprir nosso chamado aqui na terra. Quero, em nome de Jesus, que muitos venham escutar esse CD e o amor pelas almas e pelo o Reino de Deus venha renascer em seus corações.
4. Você mostra muito bem seu talento como compositora. Como essas canções nasceram?
Muito obrigada. A música A quem enviarei veio em uma ministração na minha igreja, onde um irmão estava trazendo uma palavra, chamando atenção para o Evangelho. Eu estava dirigindo este culto no Rio, na minha antiga igreja Assembleia de Deus Efrata, em Sepetiba, lugar bem humilde, muito difícil a obra lá. Nessa igreja meu amor pela obra foi crescendo e amadurecendo, pessoas de todos os tipos, pessoas que a sociedade rejeita estavam lá e foi nesse culto que Deus me deu a música A quem enviarei. Deus foi colocando esse louvor na minha mente, como se Ele cantasse no meu ouvido... Fui escrevendo e o Simei Moraes colocou sua melodia linda, depois ele me mostrou a sua música pela metade que foi Me prostarei, só tinha o coro e juntos terminamos.
Viva o milagre de Deus:
eu estava em casa com meu irmão Michel e falei: ‘Senta aqui, meu mano, vamos fazer uma música porque nós vamos viver o milagre de Deus’. Ele amou, ficou todo feliz e eu fiquei mais ainda de ver meu irmão com 17 anos, assim, compondo, cantando, tocando pra Deus.

Sê fiel até o fim:
estava na casa de Aline Santana, minha amiga, grande cantora, mulher de Deus, e tivemos a
oportunidade de compormos juntas. Foi uma bênção estarmos ali compartilhando das coisas de Deus.
Me perdoa: Eu estava escutando no YouTube uma mensagem muito forte de um jovem falando sobre o arrependimento, o perdão, sobre nos humilharmos perante ao Senhor. Aquela pregação me tocou muito forte e fui andar pela rua e olhei para o céu que estava cinzento e carregado e comecei a falar com Deus. Falei: ‘É o Senhor que está triste com o Seu povo’ e comecei pedir perdão a Deus, andando, cantando ‘Me perdoa, pois eu errei, me perdoa sei que falhei, perdoa ó Deus, a minha alma anseia por Ti, perdoa-me’.
5. A canção Sara as feridas é uma das mais belas do CD. Infelizmente, existem muitos soldados feridos na igreja. Você acha que a Igreja tem encarado essa situação de uma maneira direcionada por Cristo?
Existem muitas pessoas frustradas dentro da igreja, pessoas que há anos e anos estão ali, sentadas em um banco, aparentemente bem, mas por dentro estão vazias, como um vale de ossos secos. Todos nós passamos por momentos de aflições, angústias, fraquezas e a Igreja está ali para fazer o que tem que ser feito. Hoje você vê que a igrejas têm cultos quase de segunda a segunda, trabalhos de libertação, cultos de avivamento, campanhas. Eu já dirigi culto e lidei com isso, pessoas que precisam de ajuda, muita ajuda. Precisamos estar prontos para essa grande batalha. Várias vezes saí do culto com meu corpo todo dolorido, a batalha é muito forte, quando você se dispõe a lutar por vidas é doloroso, mas é gratificante e sei que as igrejas estão fazendo a sua parte. Igreja perfeita? Só no céu. Teremos muitos problemas aqui até a volta de Cristo: pastores que não ligam para as suas ovelhas, pastores que não se preocupam com o irmãozinho que está sentado lá no cantinho há anos que nunca teve uma oportunidade, o irmão só serve para ser ‘esquenta banco’, pastores que precisamos ligar para marcamos um horário de atendimento. Isso é o cúmulo do absurdo, eu não sou polêmica, só tenho que dizer a verdade. Quero dizer que existem muitas igrejas lutando para que essas pessoas feridas venham se erguer, venham ser curadas de problemas que ficam há anos para cicatrizar, mas existem também aqueles que estão deixando o ‘soldado ferido’ morrer. O importante é que venhamos orar por todos os líderes, pastores, homens de Deus que se preocupam com seu rebanho, pois Deus vai cobrar por cada um dos seus.
6. Como foi cantar acompanhada por um coral com 24 vozes?
Foi lindo! Amei de coração, isso traz mais vida ao trabalho, com certeza no próximo vou querer repetir. Os jovens estavam ali para me abençoar e deram o seu melhor. Pense você na bagunça que foi aqueles jovens todos reunidos depois da gravação. Demais!
7. E gravar com sua irmã Gisele e Aline Santana na faixa Sê fiel até o fim?
Gisele é mina mana do coração. Quero sempre estar com ela nos meus trabalhos, isso é muito especial e importante pra mim, tivemos uma infância muito difícil, sem perspectiva de vida e quando crescemos Deus fez promessas e cumpriu, por isso quero que ela compartilhe sempre das bênçãos do Senhor junto comigo nesses momentos. Aline Santana... Poxa, sem palavras, ela é demais. Nos conhecemos há uma tempão, nosso sonho é gravarmos um trio: Gisele, Michelle e Aline Santana. O que vocês acham?
8. Como foi regravar com seu pai um dos sucessos da dupla Nascimento e Silva (Canto de Vitória)?

Eu era pequena quando ele gravou essa música que foi um sucesso, foi um prazer trazer essa raridade para o meu trabalho, amo o estilo dessa música, sertanejão. Meu pai ama mais ainda, ele é 100% sertanejo na veia. E foi lindo gravar com ele e fazer também essa homenagem à Dupla que foi a mais querida do Brasil, Nascimento e Silva.
9. Como é a Michelle Nascimento casada? Existe alguma tarefa da qual você corre para não fazer?

Bom, gente, esse assunto eu adoro (risos). Estou me saindo muito bem de dona de casa (risos). A tarefa que eu não gosto mesmo é passar roupa. Gente, não dá (risos), mas o restante eu gosto. Lavo, arrumo, dou faxina, faço comida, estou demais (risos)! Não se esqueça que além de esposa, sou mãe (Hello!). Acordo todo dia às 5h30 pra colocar a Lavinea para o colégio. Ela é demais e está amando a nova vida, ela está com oito anos e está linda, linda, linda. Eu estou amando minha vida de casada, meu marido é um companheiro e meu amigo, está comigo todos os momentos. Ele é do mesmo meio que eu, sabe como é a correria, quando vou viajar e às vezes são dias corridos, não dá tempo de colocar algumas coisas em ordem, ele me ajuda a colocar as coisas em ordem. Gente, quem não quer um maridão assim? Vitor é demais, é o amor da minha vida.
10. Como está sendo a estadia em São Paulo?

No começo foi difícil a adaptação, mas eu tive a certeza que estava nos planos de Deus minha vinda pra cá. Minha família esta toda no Rio, mas Deus me deu uma família linda aqui também. Meus sogros – Pastor Doraci e Missionária Edineide – são uns anjos na minha vida. Não é rasgação de seda, é a mais pura verdade. Meu marido e eu, Evangelista Vitor, somos da Assembleia de Deus de Madureira do Brás do Pastor Samuel Ferreira e estamos muito felizes com o que Deus esta fazendo em nossas vidas.
11. Você já coleciona testemunhos com esse novo CD?

As pessoas me mandam e-mail dizendo como estão sendo abençoadas através desse CD, como Deus está falando com eles em cada letra, em cada canção. Falam sobre a canção Sara as feridas, como Deus está trabalhando nas vidas delas e creio que vai fazer muito mais para a honra e Glória do Nome do Senhor Jesus.
12. Quais são os próximos projetos? Um DVD estaria à vista?

Está saindo agora em maio de 2010 um CD lindo que estou fazendo com autorização da gravadora, meu CD independente. Foi um presente para mim. Vou lançar o CD Michelle Nascimento e Família com meus tios e primos cantando comigo: Rose, Gisele, Marcelo, Tuca, Mattos, e outros. Está lindo, lindo, lindo. Quem sabe um dia um DVD com a Família Nascimento. Eu quero e muito.
13. Como foi contar com um time de primeira na produção do álbum com músicos como Zé Canuto e Tutuca Borba, além de seu pai Tuca Nascimento?

Queremos sempre fazer e ter pessoas que fazem o melhor, e trabalhar com essa equipe é muito bom. Meu pai quer fazer sempre o melhor, por isso conta com essas feras. São músicos que tocam com alma, fazem com carinho o seu trabalho. Meu pai é cascudo nesse meio de produções e quem sou eu para querer ensinar para ele alguma coisa? Cresci em estúdios vendo meu pai gravando Cassiane, Shirley Carvalhaes, J. Neto e outros. Ele é um grande produtor, um grande maestro e, ainda por cima, é o meu PAI.

2 comentários:

  1. Parabéns a equipe do Gospel no Divã, amei a entrevista!

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  2. Muito bacana, gostei mesmo! Não conhecia o trabalho ou melhor o chamado da cantora Michelle Nascimento. Deus abenções tua vida e de tua família.

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