23 de junho de 2011

Depoimentos de quem fez acontecer


Um projeto grandioso como o DVD comemorativo pelos 100 anos de Movimento Pentecostal no Brasil não nasce da noite para o dia e muita gente, ainda que indiretamente, acaba se envolvendo em tão ousada empreitada. Como a Bíblia diz que devemos dar honra a quem tem honra, o Gospel no Divã, que esteve na noite da gravação na última segunda-feira (20) na Assembleia de Deus em Nova Iguaçu (RJ), conversou com os responsáveis pelo trabalho: o idealizador Mauricio Soares, o diretor de vídeo Alex Passos e o produtor musical Jairinho Manhães. Apesar da ansiedade e o cansaço depois dos momentos exaustivos, os três conversaram com a gente e deram detalhes desse projeto que será lançado na ExpoCristã daqui a três meses:

Mauricio Soares – diretor executivo da Sony Music Gospel
“Nosso projeto é um marco histórico”

1. Como surgiu a ideia da gravação do DVD?
Na verdade, eu tinha uma ideia já há algum tempo de fazer um DVD reunindo as ‘divas’ do pentecostal, como carinhosamente chamamos as grandes representantes da música. Com a contratação de grandes artistas do pentecostal pela Sony, esse projeto foi ficando ainda mais próximo de se realizar e, ainda este ano, combinou de ser o Centenário. Não tem nada mais característico para nós do que fazer esse DVD dentro de uma Assembleia de Deus como parte das comemorações do Centenário. Na verdade, foi uma sucessão de desejos que culminaram justamente nesse momento.
2. O DVD inicialmente seria gravado em Belém. Como foi resolver essa situação em tão curto espaço de tempo?
A grandiosidade da festa do Centenário de Belém nos dificultou pela questão de logística de passagem, de equipamentos, de hospedagem já que a cidade não tem uma grande capacidade hoteleira. Optamos em fazer num lugar mais próximo entre Rio e São Paulo e, conversando com o diretor Alex Passos, ele disse que queria fazer dentro de uma igreja com espírito de Assembleia de Deus. Então, a gente concordou de fazer em Nova Iguaçu.
3. Além dos artistas do cast da Sony, o projeto conta com participações de Lauriete (Praise Records) e Danielle Cristina (Central Gospel Music). Como foi a escalação do elenco para essa gravação?
Na verdade, nós tínhamos a intenção de reunir o máximo de artistas da companhia, mas já tínhamos intenção de convidar algumas de fora. Duas foram convidadas para participar, mas infelizmente não conseguiram conciliar agenda que foram a Shirley Carvalhaes, que está em turnê, e a Rose Nascimento. Mas aos pouquinhos a gente trouxe a Brenda que é nova na companhia e pertence à Assembleia de Deus, o Marcelo Aguiar que é um representante da música sertaneja com bastante raiz assembleiana. O último convite foi da Danielle Cristina como uma sugestão da Cassiane e do Jairinho e eu confesso que fiquei extremamente surpreso porque ela é uma cantora de primeira e está bem dedicada ao projeto.
4. Que outras surpresas esse DVD reserva para o público? O que virá nos Extras?
A gente vai tentar ao máximo fazer desse DVD uma homenagem a todo esse trabalho dos missionários. Ter o filho e o neto do missionário Gunnar Vingren é um presente de Deus para o nosso projeto que é um marco histórico. Sei que não estarei aqui nos próximos 100 anos da Assembleia de Deus, então, a gente está fazendo com muito carinho e creio que, em setembro, quando o CD e o DVD chegarem ao mercado, o povo vai aprovar e vamos convidar alguns pastores da Assembleia para participarem desse DVD com seu depoimento. Vai ficar bem rico com documentário e bastidores. Vamos ter bastantes novidades por aí!

Alex Passos – diretor de vídeo (Balaio Produções)
“O maior prêmio realmente é poder usar o que Deus me deu para Ele mesmo”

1. Você é conhecido por seus trabalhos com cantores representantes do segmento do louvor e adoração como André Valadão e Fernandinho. Como foi sua primeira produção no gênero pentecostal?
Na realidade esse é o meu segundo trabalho pentecostal, cara. Você acredita que há três anos eu fiz um DVD da Lilian Paz que é uma cantora pentecostal lá em Nova Lima (o DVD foi gravado no dia 16 de fevereiro de 2008 no Teatro Municipal de Nova Lima, em Minas Gerais)? Foi muito legal, mas nada comparado a proporção desse em que se comemora 100 anos de um movimento que mudou a história do evangelismo no Brasil. Estou orgulhoso, emocionado, me sentindo constrangido por mais um presente de Deus.
2. Como surgiu o convite da Sony Music Gospel para dirigir o projeto?
Cara, o Mauricio e eu já andamos junto há muito tempo e admiramos muito um ao outro. Eu respeito muito o Mauricio e ele tem sido um camarada que tem me apoiado muito e tem acompanhado de perto o meu trabalho. A gente já fez um trabalho juntos que foi o DVD do André Valadão – . Deu certo e o Mauricio me prometeu da gente fazer uma coisa juntos de novo e ele cumpriu e cumpriu em grande estilo.
3. Quanto tempo levou desde a criação do projeto até o momento da gravação?
Então... É que na realidade são duas etapas. A princípio o DVD seria feito em Belém. Então, considerando esse tempo, tem dois meses, mas só que mudou. Deixou de ser em Belém para ser aqui, isso em três semanas (risos). Isso foi uma loucura, mas Deus é tão bom que apesar de nós e da falta de tempo, Ele fez com que tudo desse certo e ficasse lindo.
4. Quais as principais dificuldades em se gravar um DVD ao ar livre e um de um grande evento como esse?
Show ao ar livre é muito mais complicado, é muito mais amplo, principalmente pelas condições do tempo. Aqui (em local fechado) é tudo mais controlado. O ar-condicionado, as luzes... Pode chover canivete lá fora que está tudo bem aqui dentro. É sempre muito diferente, mas é tudo muito bom, as pessoas são lindas, são maravilhosas, isso aqui é demais.
5. O que mais vai ter no DVD?
História, história do que aconteceu há 100 anos. Depoimentos, fotos, vídeos contando para quem não sabe a história do pentecostalismo no Brasil.
6. Diretor premiado com trabalhos que alcançam grande número de vendas, o que mais o Alex Passos pretende trazer para o público?
Cara, não desmerecendo os prêmios, isso aí não é nada. O mais bonito é poder usar o talento para Deus. Esse é o maior prêmio, não um destaque que fala que você é melhor. Isso é muito relativo. O maior prêmio realmente é poder usar o que Deus me deu para Ele mesmo e isso não é para qualquer um. Tem gente usando o talento que Deus deu para outras coisas. Esse é o maior prêmio: fazer um trabalho, assistir e saber que vidas serão alcançadas através do trabalho que Deus colocou em nossas mãos.
7. Qual o balanço que faz dessa noite tão especial?
Na minha cabeça não acabou. Está só começando porque vamos para a pós-produção. Essa noite foi uma grande festa e agora a gente tem que fazer que, na pós-produção, tudo o que foi feito aqui fique ainda mais bonito do que foi. O papel do vídeo é esse: fazer o que foi bom parecer excelente e o que ficou excelente parecer inacreditável e é isso que a gente quer passar com tudo editadinho para que todos assistam e fiquem de boca aberta com o mover de Deus que aconteceu aqui nessa noite.

Jairinho Manhães – produtor musical
“Vai vir uma carreira solo pela Sony”

1. Como está o coração do Jairinho depois de um acontecimento como o dessa noite?
Olha, esse foi um presente de Deus para mim porque tive a oportunidade de produzir vários grandes nomes, pessoas que Deus tem levantado por esse Brasil e, você produzir um CD com essas feras todas, pessoas que têm compromisso com Deus, com uma banda, com uma gravadora que te dá condições de fazer um negócio com esmero, o melhor som, o melhor equipamento e, acima de tudo, sentir a presença de Deus, meu amigo, não tem coisa melhor.
2. Você regendo os músicos é um show à parte. Você realmente se entrega de corpo e alma em seus trabalhos...
Eu vivo a música! Eu vivo a música! Quando eu estou concebendo um arranjo ali, eu dedico a Deus. Então, esse tempo que eu dou para Deus ali, na verdade, é um momento de agradecimento pelo momento que Ele já me deu lá atrás. Então, aquilo me envolve a ponto de falar assim: ‘Senhor, muito obrigado porque mais um projeto está sendo realizado’. O povo todo sente e acho que isso é transmitido através dos arranjos e acordes que Deus me dá.
3. Qual foi a etapa mais desafiadora: criar os arranjos, ensaiar músicos e cantores ou o dia D?
São tensões diferentes, distintas. Quando você está fazendo um arranjo, você fica pensando se a cantora vai gostar, se vai ser legal e, ao mesmo tempo, você pensa que tem que dá certo porque é o dia.
4. Dos anfitriões da noite, você foi o primeiro a se apresentar. Isso é indício de uma possível carreira solo?
Rapaz, eu me segurei ali para poder não me emocionar porque já fazem 20 anos e eu conheci Cassiane cantando. Eu produzo e não gravei por oportunismo, gravei por um momento de Deus na minha vida. Nas asas do vento é uma canção atual do Tony Ricardo, escrita em cima de um testemunho de vida da Cassiane. Vai vir aí uma carreira solo pela Sony com certeza. A gravadora já deu o ‘start’.

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