A faixa Aguenta firme deste último projeto ganhou um registro audiovisual
dirigido por Marina de Oliveira e Dayane Andrade. A canção é de autoria de
Ludmila Ferber e a versão final da
formação do Voices conta com a presença de Marina
de Oliveira, Fernanda Brum, Eyshila, Lilian Azevedo e Liz Lanne.
O roteiro do projeto baseou-se nas histórias de três componentes do grupo e
também na vida de todas as pessoas, na inspiração do tema universal de vencer
obstáculos, desafios e no desfecho da superação. Uma introdução mórbida por
conta da locação – o Cemitério do Caju, localizado em São Cristóvão (zona
norte do Rio de Janeiro), e suas lápides no formato de torres e uma melodia a
princípio com um arranjo tão sombrio quanto às imagens. Num breve momento,
temos a apresentação das três histórias que serão retratadas. Para isso, as
cantoras se transformam em atrizes e interpretam elas mesmas em situações
difíceis de suas vidas. Situações, que por sinal, já são conhecidas pelos que
acompanham os ministérios das tais. De maneira simples e direta, com um
explícito apelo emocional, as imagens mostram o abatimento das personagens no
auge das tribulações aqui apresentadas.
As tomadas são simples e o clipe
não possui grandes recursos técnicos. De início, temos a história dos recorrentes
abortos sofridos por Fernanda Brum ao longo de sua vida. A personagem
encontra-se numa sala chorando suas perdas e sendo consolada por suas amigas.
Closes em cenas com a pretensão de expressar fortes emoções sempre foi um mote
certeiro do cinema e aqui também é usado. Em meio às sequências individuais do
roteiro, as meninas do Voices aparecem em pé dentro de um cemitério vazio
cantando o refrão da canção. O grupo vocal, usando sua maior arma – a voz – indica
a possibilidade de se haver força para lutar ainda que tudo pareça ter
terminado. A morte sempre foi um ícone de ponto final, das circunstâncias em
que não há mais saída. Ironicamente a cena final força o paradoxo dessa
definição.
A segunda narração fala sobre o problema de saúde enfrentado por Eyshila que passou por uma cirurgia nas cordas vocais e recebeu um laudo de que não poderia mais cantar: em seguida ela gravou o projeto Nada pode calar um adorador. As meninas não são atrizes e todos sabem disso, logo é desnecessário frisar aqui suas performances na interpretação dramática. Contudo, a música com as típicas letras contendo uma mensagem de auto-ajuda de Ludmila Ferber, emociona os mais sensíveis. Aqui, o principal elemento de composição é a característica biográfica do projeto. A ideia de falar sobre superação com histórias reais tornou-se a iniciativa mais eficiente do que atuações fictícias. Por fim, na dramatização do realismo ali proposto, temos o momento drástico vivido por Marina de Oliveira em 2010 que perdeu em um único acidente o marido Sérgio Menezes e o irmão Benoni de Oliveira. Uma das cenas mais emocionantes é a que Marina caminha pela estrada do cemitério e suas amigas do Voices chegam, uma a uma, para consolá-la. Por fim, nessa sequência, Marina coloca a aliança do seu marido em sua mão, junto com sua aliança. Mais que intérpretes, são um time!
O clipe é uma produção simples e se enquadra nos padrões estéticos do audiovisual produzido pela MK Music. Uma obra feita para os admiradores do Voices se deliciarem e se emocionarem com as cenas. Um ciclo se fecha com o fim do grupo e a sensação de saudosismo é certeira ao assistir o filme. Destaque para a iluminação e para a compatibilidade que as componentes do grupo possuem em cena. A mensagem de fé, força de vontade e amizade são passadas aqui com clareza e com o toque musical que só o Voices tem. Elas vão deixar saudade!
Achei linda a mensagem e a intenção do clipe também. Mas o clipe no cemitério e a interpretação das cantoras dramatizando situações trágicas que viveram acabou sendo chocante e de mau gosto na minha opinião. ..
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