28 de janeiro de 2011

Como tudo começou

Por Rogério de Oliveira

O Gospel no Divã completa três anos no ar e nosso repórter capixaba Rogério de Oliveira fez uma entrevista emocionante com o criador do site Rafael Ramos. Além de relembrar o passado, o editor-chefe do GND fala sobre os planos para o futuro do site e deixa um recado para o público fiel sem se esquecer de agradecer ao principal responsável pelo sucesso desse trabalho em equipe: “Jesus é principal mantenedor e inspirador”. E pensar que ele quase excluiu o Gospel no Divã quando ele ainda era um blog.

1. Rafael, se existisse um dicionário de definições para sites de internet, a seguir aos dois pontos, que conceito você daria a Gospel no Divã?
Essa é difícil, mas posso dizer que seria “um lugar onde você pode encontrar boa informação feita por uma equipe compromissada e que tem prazer no que faz”.
2. Quando e como surgiu o primeiro resquício de plano/sonho em construir o GND?
O plano começou ainda na faculdade em 2008 quando começou aquela explosão de blogs. Quase todos os meus amigos tinham um blog e eu queria entrar nessa onda, mas precisava definir sobre o que escreveria. Como o gospel é algo que já faz parte da minha vida desde a infância, senti vontade de compartilhar com os outros o que eu já sabia. Mas o GND era apenas uma forma de praticar o que era aprendido nos bancos da universidade e nunca pretendi que ele chegasse onde chegou.
3. Como você vê o GND hoje dentre vários sites do meio Cristão? Como imagina que as pessoas o vêem?
Confesso que pensei em excluir o GND com menos de seis meses de criado, mas algo me dizia para não fazer isso. Antes de colocá-lo no ar, fiz uma pesquisa bem grande para saber o que os sites do meio faziam e o que faltava em cada um. Posso dizer que ele está conseguindo seu espaço e tem ganhado a cada dia mais destaque entre os cantores. É incrível do que a internet é capaz e podem comprovar o que estou dizendo em nossa guia de Clipping Digital. Para ter prova maior, foi uma surpresa e tanto ao entrevistar a Damares na sede da Sony Music e ouvi-la dizer que é visitante assídua do site. Isso realmente não tem preço e espero que o público veja o site como um lugar onde eles podem buscar informação de primeira e música de qualidade.
4. Qual a marca registrada o GND traz como diferencial no meio de tantos blogs e sites que anunciam o dia a dia da música gospel?
Primeiramente que abomino o Ctrl+C Ctrl+V. Essas teclas do computador são sinônimo de jornalista preguiçoso. Nossa principal marca é sempre buscar a notícia verdadeira e ir além do release que recebemos. Como o propósito do site é fazer uma análise profunda do gospel, mesmo que demoremos para dar determinada notícia, buscamos dá-la de forma completa e ouvindo os dois lados quando necessário. E gostamos de ir onde a notícia acontece, afinal, ninguém quer criar barriga em frente ao computador.
5. Quais são os desafios de manter um site como o GND no ar com atualizações diárias, busca por matérias, etc?
O tempo é o grande desafio porque, na internet, tudo é muito rápido. Mas o tempo pode ser uma faca de dois gumes porque, às vezes, na correria para até conseguir um furo você pode se empolgar e não apurar direito aquela informação. Além disso, a falta de um patrocinador também é desafiante para bancar os custos do site. Quem me dera ter como, por exemplo, ir para São Paulo cobrir a ExpoCristã ou um mega-evento. Mas, creio que Deus dará o Seu jeito.
6. Como é a relação entre os colaboradores do site?
Nunca gosto de ser visto como o chefe, mas como um amigo. Ter uma equipe de vários Estados (Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Alagoas) torna-se algo muito gostoso. Temos pessoas experientes com vivência no mercado e uma galera que está começando agora, gente que está tendo contato pela primeira vez com jornalismo. Falo sem medo de ser piegas que o GND não chegaria onde chegou se não fossem meus irmãos, não funcionários, mas irmãos, pois somos uma grande família.

7. É possível definir em poucas palavras (o suficiente para responder esta pergunta) a essência de ser jornalista?
Possível não é tanto porque sou um verdadeiro apaixonado pelo que faço. Posso dizer que o grande prazer dessa profissão não é ver quantos RT teve um post no twitter, mas sim como aquela informação mudou a vida de alguém. Ver que um cantor independente que está no começo conseguiu maior divulgação com nossa ajuda é um ganho muito grande. Isso sim não tem como mensurar.
8. Diga, de maneira autêntica e livre, quem é Rafael Ramos, o criador do GND. Seus sonhos, vontades, medos; expresse o que valer a pena.
(Risos). Rafael Ramos, por incrível que pareça, é uma pessoa normal como todas as outras com seus defeitos e virtudes. Sonhos são tantos, mas posso dizer que o maior deles é que o GND continue a ser uma ferramenta para a obra de Deus porque não apenas falamos do gospel, mas estamos ajudando a divulgar servos de Deus acima de tudo. Como vi no filme A origem, meu maior medo é me tornar um “velho ressentido e cheio de arrependimentos”. Por isso sou daquela filosofia: “é melhor tentar e ouvir um não, do que nunca tentar e morrer na dúvida”.
9. Nesses três anos, o que foi mais marcante?
Sem dúvida foi a chegada da equipe porque foi algo que nunca imaginei e termos conseguido chegar onde chegamos. Nunca pensei que um dia sentaria na sala de reuniões da Sony Music ou de outras gravadoras tão importantes do meio para entrevistar os integrantes do cast. Temos um vasto mailing-list cheio de amigos (não contatos, mas amigos) que têm ajudado o GND a avançar tanto. Essa conquista de três anos também é deles.
10. Descreva sobre o amadurecimento da marca GND fazendo um paralelo de comparações entre o primeiro aniversário, o segundo e agora o terceiro.
Acredita se eu disser que nem liguei para o primeiro aniversário? Estava meio desiludido se deveria continuar a levar o site a frente. Imagina se eu tivesse desistido? Posso dizer que conseguimos algo que poucos sites fazem que é a valorização do mercado independente. Quando observei que muitos cantores que não tinham o suporte de uma grande gravadora começaram a entrar em contato conosco pedindo ajuda já que não contavam com alguém que os divulgasse e que muitos sites não davam esse espaço, pude constatar aí a força do Gospel no Divã. Fico feliz em ter sido instrumento de Deus na vida desses levitas que estão tendo seu merecido destaque como Léo Fonseca e Abilio Varella que depois de um tempo independentes conseguiram entrar, respectivamente, para a CanZion Brasil e a Alfa Music.
11. Na sua opinião, qual o papel da comunicação dentro do universo cristão. Até aonde vai o pensamento ético?
Uma coisa que friso bastante é que não me prendo à vida pessoal do cantor. Não me importo o que ele fez, comeu ou com que roupa foi visto na esquina da rua tal. Acho que o verdadeiro jornalismo, especialmente o cristão, se preocupa em passar uma informação que vá, de certa forma, vá servir para alguma coisa. De que adianta saber que um cantor esteve numa boate e tirou fotos com um piercing no umbigo. Isso vai gerar escândalo e nessa hora sou bem caxias quando a Bíblia diz que ai de quem o escândalo procede.
12. Como é lidar com artistas da música gospel? Existe aquela lenda de que alguns deles são temperamentais?
Por mais que eu seja fã de determinado artista sempre ponho na cabeça que ali está o Rafael Profissional Ramos. Graças a Deus nunca me deparei com esses temperamentais ou estrelas, mas sempre com servos dispostos a exaltar o Reino. Claro que existe aquele que você tem que mandar mil emails, deixar várias DMs no twitter e até mandar sinal de fumaça para que ele te conceda uma entrevista. Existem entrevistas que mandei no começo de 2010 que até hoje não tive retorno. Mas, como todos nós, eles são seres humanos. Fazer o que?
13. Quais são os planos, metas e sonhos para o GND daqui pra frente?
Um dos principais é conseguir um patrocinador para ajudar também os colaboradores de outros Estados. Também quero conseguir um colaborador da Região Sul, alguém de São Paulo e outro alguém da Bahia que são regiões fortes culturalmente. Apesar de termos parcerias com o Alex Eduardo da CasaGospel.com quero ter uma pessoa fixa na equipe que seja de Sampa. Quero continuar dando espaço para o pessoal independente e conhecer outras tribos do gospel. Já soube que até a tendência dos coloridos chegou à nossa música. Ai, meu Deus, logo eu que não sou fã de Restart, mas ser jornalista é não ter preconceitos (risos)...
14. Jesus Cristo, quem é Ele no GND?
O principal mantenedor e inspirador. Foi Ele que me impediu de excluir o site na primeira vez e é quem tem me dado forças. Não só a mim, mas a toda equipe. Ele é o complemento do nosso cordão de 10 dobras.
15. Deixe uma mensagem aos leitores que nos acompanham nesses três anos.
Continuem conectados na gente, mandando sugestões e críticas também, pois somente com as críticas que vamos melhorar. Como falo, mais vale levar um tapa na cara de quem quer ver o seu bem do que um tapinha nas costas de quem depois vai comemorar a sua ruína.

2 comentários:

  1. Rafael, vc é bênção! Que Deus possa lhe abençoar a cada dia mais!

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  2. Que Deus abençoe mais e mais este veículo tão importante para a música gospel. Rafa, vc é uma benção!

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