Integrantes do cast da Graça Music, a Banda Jó 42 está vivendo uma grande expectativa para o início de
uma nova fase nesses dez anos de carreira quando irão gravar seu primeiro disco
ao vivo no próximo dia 08 de dezembro (sábado) na Igreja Batista Getsêmani em
Belo Horizonte (MG). Com o título Tudo
novo, o álbum tem previsão de lançamento para o mês de março e irá mostrar
um amadurecimento musical e espiritual dos músicos Samuel Kabelo (bateria), Rafael
Ávila (voz), Thiago di Souza
(teclado), Sanchez Chacal (baixo)
e Adan Reis (guitarra). Em uma
entrevista especial concedida ao Gospel no Divã que aconteceu na sede da
gravadora, a Banda Jó 42 falou sobre música, carreira e os projetos para o novo
disco:
Banda Jó 42 falou sobre os preparativos para a gravação do CD Tudo novo | Fotos: Marcos AC (Graça Music) |
Samuel Kabelo (bateria): Eu sou filho de pastor, minha mãe sempre mexeu com música e meu avô veio da Assembleia de Deus e, profissionalmente, eu toco há uns 15 anos.Rafael Ávila (voz): No meu caso foi meio que por acaso mesmo. Eu tinha um violão em casa e comecei a tocar e, nesse meio tempo, fui para igreja e comecei a ministrar e sempre acontece do ministro de louvor faltar no dia e as pessoas descobriram que eu cantava e comecei a investir nisso e já deve ter uns 13 anos que eu mexo com música profissionalmente.Thiago di Souza (teclado): Minha família é musical e todo mundo tem alguma relação com instrumento e com o louvor da igreja. Meu pai é guitarrista, minha mãe também toca violão e teclado e, na nossa infância, a gente não ganhava videogames, mas instrumentos e, mesmo não querendo, o presente era um violão, um teclado, uma bateria e a gente prosseguia.Sanchez Chacal (baixo): Minha história foi bem cedo na música. Eu cresci na Assembleia de Deus e minha família também é muito musical e sou músico profissional há 27 anos.Adan Reis (guitarra): Eu comecei na música aos 15 anos influenciado pela família e, assim como o Samuel, eu também sou filho de pastor e, geralmente, o filho de pastor ou vai pra dança ou pra música ou segue os passos do pai. Eu comecei na igreja tocando bateria, mas depois me dediquei à guitarra e estou há oito anos profissionalmente como guitarrista.
2. Por serem filhos
de pastor, acham que a cobrança é maior?
Samuel: Dentro das próprias igrejas onde nossos pais exercem um ministério. Quando a gente coloca uma foto com microfone, tem gente que já acha que a gente está pregando.Adan: Todo mundo espera que o filho tome o cajado do pai para pastorear, mas a gente não nega esse chamado de Deus. O Samuel não faz parte do ministério do pai dele, mas quando a banda vai a algum lugar e é necessária uma ministração, o Samuel ou eu ou o Thiago ou o próprio Sanchez deixamos uma Palavra.
Thiago di Souza (teclado) |
Thiago: Na verdade a banda já tem quase dez anos e ela não existia. O Vinícius Melo, que era o vocalista, juntou uma galera para tocar com ele e o negócio tomou uma proporção que resolvemos nos juntar para fazer uma banda. Quem hoje olha deve pensar que é muito fácil, mas não sabe o que cada um já passou e do que já abriu mão. Hoje alguns são casados e pais de família, mas abrimos mão de muita coisa para estar no ministério e hoje estamos felizes por estar na Graça Music viajando o Brasil todo e a gente vê o resultado nas igrejas com as pessoas sendo renovadas.Samuel: A gente vê hoje na música gospel uma realidade diferente da secular. O conselho para outras bandas é persistir e, se tiver a oportunidade de largar um emprego e pegar a estrada para ser abençoado, com certeza tem que deixar de lado e negar essas coisas porque vai valer a pena.Thiago: Nesses dez anos nós vimos muita banda que começou com a gente e não chegou nem na metade que chegamos. Muitos começaram naquela empolgação, no oba-oba de viajar pelo Brasil todo, tocar em rádio e fazer show e realmente veem que não é nada daquilo porque tem que ter uma dedicação e não dá para ser simplesmente um oba-oba.Rafael: E renúncia do seu convívio com a família, do seu propósito e 90% dos nossos projetos são vinculados à banda.Adan: Eu lembro que eu atrasei o casamento da minha irmã porque tinha que tocar. Lembro que toquei e os meninos ficaram no lugar e fui embora e, quando cheguei no casamento, estava todo mundo me esperando.
4. Como foram os
preparativos para o “CD Agora os meus olhos Te veem” e por que este nome?
Thiago: A gente não tinha recurso para o primeiro CD. Era um desempregado, outro tinha uma lojinha de celular, o outro dava aula de violão e o vocalista tinha uma coleção de camisas de futebol. Cada um vendeu o que tinha e procuramos um produtor em Belo Horizonte e nos comprometemos pagar tudo de até o final da gravação. Fizemos o disco sem recurso nenhum e faltava uma parte do pagamento no dia em que ia pegar o CD masterizado. E foi aí que entraram as camisas de futebol do Vinícius que era fanático por futebol e tinha uma coleção de times do Brasil e do exterior. Ele anunciou e apareceram várias pessoas para comprar e juntamos o dinheiro.Samuel: Parte do nome do disco tem a ver com a escolha do nome da banda – Jó é o livro da Bíblia e o capítulo 42 no versículo 5 está escrito ‘Com os ouvidos eu ouvira falar de Ti; mas agora Te veem os meus olhos’. Jó passou por tribulações e depois começou a restituição na vida dele e nós vimos a glória de Deus nesse primeiro CD.Thiago: E Jó só conhecia de ouvir falar e depois ele teve a oportunidade de experimentar o amor de Cristo e tem uma música que se chama Pisa em que falamos que vamos pisar na cabeça do diabo. Foi uma música que realmente deu um UP e entrou numa coletânea do programa do Alex Passos que acabou parando nas mãos do Mauricio Soares.
5. Em 2006 chegou o
disco “Loucos por Jesus”. Por que escolheram esse nome e como foi reunir um
time forte para a gravação do clipe?
Samuel: Um amigo que hoje trabalha na Rede Globo falou para fazermos o clipe dessa música e era só chamar um monte de gente e a galera vai aparecendo e no dia estavam o Pr. Jabes de Alencar, o Pr. Jorge Linhares e muitos outros... O clipe é exatamente o que a gente vivia nos cultos, pulando em cima da bateria, pulando em cima dos outros e pregando a Palavra de Deus e representou a vivência que a gente tinha mesmo no dia-a-dia na nossa igreja.
Rafael Ávila (voz) |
Thiago: Os produtores de evento que trouxeram o Kirk Franklin procuraram em cada região alguém que tivesse um som parecido com o público do evento. Para a gente foi uma surpresa participar com o Kirk Franklin e a gente acaba conhecendo o backstage, batemos um papo ‘more or less’ com o Kirk e foi realmente um culto onde várias pessoas aceitaram Jesus e foi sobrenatural.Rafael: E vale lembrar que, em 2008, eu estava na plateia curtindo o show do Kirk Franklin e do Jó 42.
7. Como começou o
“namoro” com a Graça Music e como chegaram à coletânea Mega 10?
Thiago: O Mauricio Soares me ligou para saber se a gente tinha uma música para colocar na Coletânea Mega 10 e depois começamos a manter um contato mais próximo no MSN, trocamos ligações e coincidiu de um dia ele estar no ensaio do DVD Fé do André Valadão e levamos um material novo que a gente estava gravando do CD Em direção ao céu e ele passou a tarde com a gente no estúdio e começamos todo um processo de oração porque a gravadora não estava contratando apesar de estarem à procura de uma banda pop, mas haviam outros fatores e esse processo demorou um ano até que, um dia na estrada, o meu telefone toca e era o Mauricio confirmando o convite.
8. Agora tendo o
disco distribuído por uma gravadora, o que mudou significativamente na vida de
vocês?
Samuel: A gravadora facilita o nosso trabalho divulgando nossa música na rádio, nos coloca para falar com a imprensa, passar uma semana inteira numa Igreja da Graça em cultos diferentes, estar conhecendo outras pessoas... É impagável o que a gente tem recebido desse ministério.Rafael: E é uma motivação e é o sonho de toda pessoa que quer viver de música. Nosso objetivo não é ganhar dinheiro, tem todo um ministério por trás com todo um suporte espiritual. Não é simplesmente um investimento financeiro, é um investimento espiritual em nosso ministério com a ajuda do Missionário R. R. Soares.Samuel: O telefone toca mais, os emails aparecem mais e a responsabilidade se torna cada vez maior.
Sanchez: Foi interessante pelo fato de que nunca tínhamos tido essa experiência e foi uma honra estar ali com o pessoal da Graça e outros cantores e ficamos muito felizes com tudo o que foi acontecendo. Foi um presente de Deus.
10. Deste álbum
saíram dois clipes – Vou e Quatro segundos – que lhes rendeu uma indicação ao
Troféu Promessas 2011. Como foram as gravações?
Thiago: A música Vou realmente quebrou vários paradigmas no Jó 42, principalmente pela questão do clipe onde tem pessoas bebendo e fumando dentro de um bar. Algumas pessoas ficaram um pouco chocadas, mas teve mais críticas positivas do que negativas e deu uma repercussão muito marcante. Ali mesmo começou a evangelização, a gente conversava com os atores no intervalo, alguns pediram oração e foi muito bom durante a gravação aqui no Rio.Samuel: Já o Quatro segundos foi no cartão postal de Belo Horizonte na Praça do Papa. Um clipe em plano sequência no meio gospel foi pioneiro graças ao PC Junior que dirigiu o vídeo. Estou tão acostumado com prazos e faltava dois dias para o Dia dos Namorados. Fizemos dois ensaios e no terceiro foi valendo, fechou e acabou, além de que a proposta foi maravilhoso e foi um dos que teve mais acesso e é a música que o pessoal pede porque crente também ama.Rafael: Eu acho muito legal porque a Bíblia tem um livro que só fala de amor e o pessoal espiritualiza demais e a gente serve a um Deus romântico também. Tem músicas que falam da natureza como as do João Alexandre e não tem Deus na música, mas tudo o que ele fala remete a Deus.
11. A banda passou
por mudanças com as saídas do Vinícius Melo e recentemente do Halley Cowboy.
Como encararam essas mudanças e como elas interferiram no desenvolvimento da
banda?
Thiago: O Vinícius foi a pessoa que fundou o Jó e ele pediu que orássemos porque ele sentiu no coração um chamado de pastor (ele já tinha sido consagrado a pastor em nossa igreja). A princípio, a gente pediu para ele não sair porque já estávamos há sete anos juntos e vimos que não tinha possibilidade sem ele. Começamos a ver com olhos humanos que aquele era o fim da banda e continuamos a fechar agenda mesmo sabendo que ele tinha uma data para sair da banda. Durante esse período, a gente viu que não ia acabar o projeto de Deus em nossa vida e oramos para Deus levantar outra pessoa e a gente não sabia que seria alguém da banda mesmo momentaneamente. Fomos para Brasília e o Adan foi com a gente e foi muito legal. Fizemos algumas ministrações, começamos a viajar, pegamos liga e de repente o Halley deixou a gente também porque a esposa teve uma gravidez de risco e ele precisava se dedicar a um trabalho paralelo. Oramos de novo porque Deus tinha um propósito nisso tudo e, em janeiro, a gente tinha um casamento marcado para tocar numa recepção e a noiva ligou pedindo os nomes para comprar as passagens e pedi para ela esperar. Na época eu já conhecia o Rafael e faltava três dias para o casamento e como eu ia fazer para o Rafael aprender umas 18 músicas? Fizemos um ensaio e o mandamos ir cantando dentro do avião, do hotel. Pra gente foi terrível porque ele errou as letras, mas pros noivos foi a realização de um sonho. Dali conversamos com o Rafael e oramos por dois meses até que Deus tocou no coração dele e começamos a trabalhar e hoje eu falo que a gente vive o melhor momento da banda em termos de comunhão e de musicalidade.
Adan: Eu entrei na banda quando o Halley assumiu o vocal. Eu e Samuel já tínhamos uma amizade de oito anos e ele me ligou quando o Vinícius saiu e errei tudo no primeiro ensaio, mas a gente se deu bem musicalmente, pessoalmente e já estou há um ano e meioRafael: No dia do casamento foi muito ruim, mas aconteceu muita coisa dali em diante e estou nessa há oito meses.
13. Como chegaram a
decisão de gravar um álbum ao vivo?
Samuel: Vamos completar dez anos e a Ana Paula Porto (gerente executiva da Graça Music) sugeriu em fazer uma captação ao vivo e vamos fazer na nossa igreja em Belo Horizonte. Diante de tudo o que aconteceu entre entradas e saídas, a gente tinha uma preocupação de como a gravadora ia assistir a tudo isso e a gravadora disse que estava com a gente. O maior milagre já tinha acontecido que era a entrada do Rafa e de não perdermos o apoio da gravadora e, dez anos depois, a gente volta lá atrás e reafirma que agora nós podemos ver a glória de Deus em nossa vida.Rafael: O Reino de Deus é uma coisa que a gente tem que fazer com o coração e acho que nosso trabalho vai ter um diferencial. Geralmente, num trabalho você tem a marca de uma pessoa ou de dois parceiros e lançamos no Twitter – Compositores do Brasil, mandem músicas – e a gente recebeu seis mil músicas.Samuel: A Paula ouviu todas as músicas e fomos ouvindo também e chegamos a 13 faixas e pegamos as melhores das melhores que mais tinha a ver com a nossa cara.Rafael: A gente conseguiu fazer um som que pega um pouquinho de cada um com o qual a gente se identifica. Temos compositores como o Pr. Samuel Silva do Nova Jerusalém e essa galera da web.Samuel: Diante de muita coisa que aconteceu com o Jó 42, queremos que seja tudo novo mesmo.
14. O que o público
pode esperar da gravação?
Thiago: Muita unção, muita música boa e, como a gente diz em BH, ‘sangue no olho’.Samuel: Quando o cara colocar essa música dentro do carro, ele vai ser abençoado da primeira até a décima terceira faixa. A gente tem testemunhos da Palavra de Deus chegando aos ouvidos e entrando onde um pastor não vai poder chegar. Nós pedimos que Deus possa nos usar através desse CD, queremos cura, que pessoas levantem da carreira de rodas, que o cara receba uma unção de alegria.Rafael: A gente começa a ensaiar as músicas mais ‘sangue no olho’ e começa a chorar e não consegue terminar a música.Sanchez: A gente começa a perceber que desejamos buscar mais de Deus porque o coração está feliz. Estamos debaixo de oração e o céu tem se aberto.Rafael: Estivemos em Brasília numa igreja batista que é mais metódica, mais tradicional e o pastor nos deu liberdade para ministrar e foi muito bom. Fomos à outra igreja e também foi maravilhoso.
15. Como estão sendo
os preparativos junto à igreja?
Samuel: Somos ministros de louvor em nossa igreja e o Pr. Jorge está nos acolhendo e tem visto o nosso testemunho. A igreja está conosco e terá uma participação especial surpresa no CD e aconteceram muitas coisas até em relação ao repertório. Lembrando que é CD e DVD.
16. Qual o balanço
que vocês fazem desses dez anos de ministério?
Samuel: Diante de tudo o que aconteceu – nós já capotamos com o carro, viajamos de Kombi – e o resumo que eu particularmente faria é que vale a pena.Sanchez: Uma coisa importante que o Thiago e o Samuel falaram é que quando a gente formou a banda não foi no intuito de tocar, mas de adorar e sentimos que Deus tem honrado a gente.Rafael: Quando a gente lê que Paulo diz que sabe viver na bonança, na escassez, na alegria e na tristeza, a gente tem vivido isso e Deus cuida da gente nos mínimos detalhes. Às vezes, vamos a lugares que são muito carentes e a gente abre mão da oferta e temos sido recebidos muito bem. A gente passa perrengue como a vez em que andamos 600km numa Topique durante 18 horas com um motorista bêbado carregando 50 litros de diesel no carro que era uma verdadeira bomba-relógio e fomos abençoados. A gente já tocou para 12 pessoas e foi ‘sangue no olho’ assim como já tocamos para 50 mil pessoas com o mesmo coração e vale a pena.
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