Thalles dividiu opiniões em novo clipe | Fotos: Instagram |
O projeto audiovisual tenta inovar gastando pouco ou o
mínimo possível. Sobre inovar, é preciso entender uma coisa: vários recursos,
tecnologias ou estética sempre são usados no segmento secular e, depois de
tempos, quando usados no gospel é tido como novidade. Aqui é utilizado um único
cenário composto por fundo branco e sofá preto em tomadas que valorizam a
capacidade de interpretação do cantor. Como ator não de deve exigir muito dele
e, não exigindo, fez seu papel para uma produção que não é cinematográfica, mas
visual. Como intérprete, é como se Thalles estivesse empolgado com a empolgação
do seu público diante de sua constante e interminável pressão. Firulas são
sempre bem-vindas (e Thalles até sabe fazer muito bem), mas não necessariamente
precisa ser a todo instante.
Desde o início da carreira do cantor, as características de
sua performance vocal são exploradas ao extremo e isso se reforça em cada cena,
afinal são as caras e bocas de Thalles que expressam o entendimento da letra do
clipe. A fotografia é sempre muito bem ajustada, inclusive num clipe com tanto
movimento em uma cena tão parada. Destaque para a interessante intenção em
mostrar a luta de cada pessoa contra ela mesma a fim de vencer os pecados e
também por propor dentro da música cristã um cantor interpretando com cigarro
na mão valorizando a mensagem e colocando abaixo a censura pequena dos fariseus
à espreita. Não é fácil construir um roteiro desses valorizando a caricatura
das situações dentro de um mesmo ambiente sem soar exagerado ou monótono.
Ressaltando sobre monótono: o clipe não chega a esse ponto, mas depois de
assistir três vezes não vale mais a pena pelo vídeo. Algumas pessoas andaram
reclamando da letra da canção já que, no meio evangélico, algumas novidades ou
vanguardas são do capeta, porém quando todos se acostumam, todos por fim
beatificam. Vários cantores e ministérios compõem letras dentro do mesmo
contexto que alguns apontam aqui como heresia.
O filme é interessante, a música é mais do mesmo dentro da
estética pressão-thalles-de-ser, porém deve agradar os fãs do cantor. Que o
Thalles possa acumular seu talento para momentos mais raros de firulas e que
seu próximo CD fale sobre uma temática nova.
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