29 de junho de 2014

PG e uma Nova Vida repetida

Acaba de ser lançado Nova Vida, o 6º CD solo do cantor PG e com ele uma certeza: o cantor caiu na comodidade. Não sei se esse foi o propósito do trabalho, mas parece que as dez canções que integram o CD pertencem a qualquer um dos outros trabalhos anteriores que soa como uma coletânea.

Os arranjos e as melodias não possuem nenhuma originalidade e não estou falando no âmbito geral da música, mas sim dentro do universo musical do próprio cantor. Em outras palavras, PG está repetitivo. Como disse acima, não sei se foi esta a intenção do trabalho, afinal são dez anos desde o lançamento do seu primeiro trabalho: o CD Adoração (2004).

Entretanto, se fosse essa a ideia, seria melhor lançar uma coletânea de fato, um acústico, um DVD de comemoração ou uma releitura das músicas antigas em novos arranjos. Nem as boas regravações que ele faz estão lá para salvar o CD.

O trabalho é ruim? Não. É apenas o PG sendo PG. Sem nada de mais. Posso estar sendo exigente?  Talvez, mas quando se conhece a capacidade de alguém é normal querermos sempre o melhor dele. Quem já ouviu o De um lado a outro, segundo trabalho do cantor lançado em 2006, sabe o que estou falando. A dúvida é saber se o melhor trabalho do cantor foi uma exceção, um lampejo de genialidade, ou provar que o PG sabe fazer algo realmente bom e simplesmente se acomodou.

Se formos revisar toda a trajetória fonográfica do cantor, vemos um bom cartão de visitas (Adoração), um trabalho de afirmação de explodir cabeças (De um lado a outro), um ao vivo inédito, típico da MK, na medida certa (Eu sou livre – 2008), uma derrapante tentativa de um CD conceitual (A conquista – 2010), outro desnecessário ao vivo inédito (Imagem e Semelhança – 2011) e o preguiçoso (Nova Vida) que, musicalmente, não tem nada de novo.

Em relação às letras, bom, essa qualidade é indiscutível. Desde os tempos do Oficina G3 o talento de composição de PG é absurda. Letras que condizem com o tema do trabalho que levam a uma reflexão, uma adoração pessoal e congregacional. Se o dom criativo de melodia parece ter sido enterrado por ele, o de compositor gera cada vez mais frutos.

Por vezes fico na duvida se isso é reflexo das mudanças dos integrantes da banda de apoio do cantor ao longo desses dez anos. Se eles possuíam alguma influência na criação, faz falta ter um Ney Lima no baixo, um Johnny Mazza na batera (nada contra ao Ivan que é um excelente músico e o melhor substituto analisando instrumento por instrumento) e um Teo Dornellas mais atuante.

Contudo, quem gosta do PG vai ficar feliz com o trabalho, pois o CD é bem repetitivo, como eu disse repetidas vezes (intencionalmente para ver como é chato alguém falando a mesma coisa sempre). Quem esperava, e assim como eu espera o antigo de dez anos atrás, fica uma certa frustração. Fazendo um breve trocadilho, o conceito de adoração do PG foi mesmo de um lado ao outro e por lá ficou em sua nova vida, sendo livre, conquistando, sendo imagem e semelhança. Espero que musicalmente o velho PG retorne.

2 comentários:

  1. Mordendo e assoprando. Realmente ele só se destaca fazendo versões de músicas internacionais de sucesso. Depois disso é agua com açúcar. Seu "talento" ficou no oficina. Restauram lhe a pose e uns gritinhos.

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  2. Esses timbres passados é complicado tb.

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Shalom Adonai



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