“Já tentou olhar / Tudo
ao teu redor / E descobrir que falta / Sempre o melhor / Sempre triste está / Sempre
em solidão / E vazio vive o seu coração”. Quem acompanhou a música
evangélica brasileira feita em 1997 pode ter esbarrado em algum momento com esse
som da banda Contato Vital. Os músicos, que se reuniram dois anos antes, eram
um dos representantes do rock cristão feito na época. O som que surgiu entre
amigos de infância logo se tornaria um dos sucessos na programação da Rádio El
Shaday (atual 93 FM) e renderia um contrato pela MK Music (Publicitá na época).
Após dois discos lançados pela gravadora – Idas
e Voltas (1996) e O Melhor (1997)
– os músicos lançaram ainda um álbum pela Top Gospel – A Marca (2004) – até decidirem dar um tempo na carreira.
Nove anos depois de período sabático, a banda – que atualmente
conta com Mauro Lucas (guitarra e backing-vocal), Guedes (baixo), Gutto Vieira
(bateria) e Gilberto Dias (vocalista desde a formação) – retornou ao mercado no
ano passado lançando o CD Tempos
Modernos, Erros Antigos e também o clipe da faixa Belas Catedrais, uma canção em forma de denúncia da falsa
religiosidade vista ao redor do mundo. E com o intuito de anunciar a verdade
que liberta, que Gilberto Dias concedeu essa entrevista ao Gospel no Divã para
contar um pouco da história do Contato Vital, falar sobre o novo tempo da banda
e como está sendo voltar à ativa em meio ao novo cenário da forma de fazer
música. Acompanhe a seguir a entrevista e saiba mais sobre o grupo através do
site www.contatovital.com.br:
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Contato Vital voltou ao mercado em 2015 com nova formação e novo CD | Fotos: Divulgação |
A banda surgiu entre
amigos de infância, todos criados no Evangelho e atuantes na área da música, cada
um na sua igreja.
2. Como surgiu a
ideia do nome e vocês já pensavam em viver da música desde o início?
O nome surgiu da
análise daquilo que entendemos que Jesus é na vida do ser humano: uma presença
vital que dá sentido A existência que preenche o vazio que existe em todos que
ainda não tiveram um real encontro com Ele. Quando iniciamos não havia a ideia
de viver da música, apenas o desejo de anunciar a Palavra de Jesus através da
música, que é o talento que Deus concedeu a cada um.
3. Quais eram as
principais influências de vocês?
Temos influências bem
diversificadas, desde o rock tradicional passando pelo blues e jazz. Somos bem
ecléticos, gostamos de música boa.
4. Como era fazer
rock para o público evangélico naquela época e inserir o estilo principalmente
entre as igrejas?
Quando começamos, o
caminho já tinha sido aberto por nomes como Janires, Rebanhão, Sinal de Alerta
entre outros. Vivenciamos uma pressão menor, mas que ainda se mostrava presente
em alguns locais.
5. Como nasceram suas
primeiras canções e como era a receptividade do público?
Nasceram de maneira natural
já que éramos do grupo de louvor da igreja. Na época, surgiram alguns festivais
e nos concentramos em compor já que, para participar destes eventos, teríamos
que apresentar músicas inéditas e a receptividade do público era intensa e
motivadora.
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O vocalista Gilberto Dias |
Depois de algum tempo
participando de vários eventos em diversas igrejas, tínhamos um repertório
grande e o caminho natural era gravar esse material. Gravamos com recursos
próprios e foi uma experiência enriquecedora.
7. Como surgiu o
convite para entrar na MK Music e como foi fazer parte do cast da gravadora?
Com o material pronto
fizemos uma primeira tiragem de CDs e decidimos divulgar o trabalho com spots
publicitários na Rádio El Shaday (atual 93,3 FM) do RJ. Uma das músicas entrou
na programação da rádio e, na primeira semana de execução, alcançou o primeiro
lugar entre as mais pedidas. Este fato levou a MK a entrar em contato conosco e
surgiu o convite para entrar para gravadora.
8. E como foi gravar
o segundo disco – “O Melhor (1997)”? Que mudanças vocês sentiram com as
experiências adquiridas na produção do disco anterior?
No segundo trabalho já
tivemos uma estrutura melhor. Acesso a equipamentos mais modernos, já que no
primeiro trabalho tivemos a limitação financeira.
9. Por que resolveram dar um tempo na carreira e só lançar um terceiro trabalho – “A Marca” – em 2004 e por outra gravadora?
Circunstâncias que são
inerentes ao mercado fonográfico não contribuíram para que continuássemos na
gravadora e optamos por dar um tempo e cada um se dedicou neste período a
projetos pessoais. Em 2004, nosso amigo Sérgio Lopes estava na gravadora Top
Gospel e tínhamos uma grande quantidade de material pronto e, por intermédio do
Sérgio, negociamos a gravação de um trabalho com a Top Gospel. Foi um período
complicado, pois já estávamos com os projetos individuais a todo vapor e
tivemos que conciliar com a divulgação desse novo trabalho.
10. Como foi contar
com a participação de Sergio Lopes no disco de vocês?
Foi maravilhoso tanto
pela qualidade artística quanto pela figura humana que ele é: uma pessoa
simples e sempre disposta a ajudar.
11. Após o “CD A
Marca”, vocês novamente deram uma parada e só lançaram um novo trabalho no ano
passado. Como está sendo retornar ao mercado depois de tanto tempo?
Exatamente por conta
dos projetos que já estavam em andamento como a escola de música que alguns
integrantes já tinham consolidado mais as atividades profissionais fora do meio
musical. Não achamos viável continuar e nesse período o mercado fonográfico já
dava sinais da transformação que sofreria com a força da internet e suas redes
sociais.
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A banda lançou os CDs Idas e Voltas (1996) e O Melhor (1997) pela MK Music e o CD A Marca (2004) pela Top Gospel, com participação especial de Sérgio Lopes |
Não seria radical em
falar a palavra ‘desistir’, mas, com certeza, nesta fase que citei de transição
que víamos o mercado sofrer não víamos motivação para continuar. Queríamos
liberdade para tocar em temas mais profundos e o mercado estava dominado por
clichês repetições do mesmo tema. O público estava ávido por algo novo, mas
quem dominava o mercado preferia mais do mesmo. O que nos motivou a lançar esse
novo trabalho foi a força que a internet ganhou na divulgação da música. A
formação não é a original, vamos disponibilizar em nossa página o histórico da
banda com foto e nome de todos que ajudaram desde o princípio a construir nossa
história.
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CD Tempos Modernos, Erros Antigos (2015) |
O título nos leva a
refletir sobre o avanço tecnológico que a humanidade alcançou e, no entanto, os
erros que provocam todas as mazelas que afligem a todos nós continuam os
mesmos. Já tínhamos material que vínhamos compondo e selecionamos as músicas
que se adequavam a esta proposta. A produção ficou a cargo de Marcos
Quarterolle, Gilberto Dias e nosso amigo Fill. do Studio Fillbuc Produções. A
capa retrata o título do CD: o rosto de um robô e embaixo fica à mostra o rosto
humano deteriorado pelo pecado.
14. Falando agora
sobre o single “Belas Catedrais”, ele carrega em si o conceito do álbum com essa
crítica a atual situação do Evangelho. Como foi a gravação do clipe, quem foram
os responsáveis pelo projeto e como foi dar imagem à mensagem da canção?
O álbum não está
ancorado nesta temática, mas resolvemos enfatizar a questão com esta música,
pois vemos que de algumas décadas pra cá alguns segmentos chamados cristãos se
mostram cada vez menos preocupados com a mensagem de arrependimento e conversão
dos pecados, de uma verdadeira metanoia. Estão focados na teologia da
prosperidade em campanhas que se utilizam de amuletos beirando ao sincretismo
religioso. Toda concepção do clipe foi da própria banda.
15. Vocês começaram
em 1995 e hoje em dia o jeito de consumir música mudou bastante com o avanço do
digital e do streaming. Como está sendo a adaptação a esses novos tempos?
Foi uma mudança
bem-vinda que tornou a música mais democrática. Hoje com equipamentos de
qualidade se faz um trabalho em um Home Studio, mas há algum tempo era
necessário um aparato gigantesco que tornava caríssima a produção de um trabalho
e a plataforma digital faz com que o trabalho chegue com mais agilidade ao
ouvinte.
16. “O Melhor” até
hoje é lembrado como um dos grandes sucessos da banda, mas que outras canções
nunca podem faltar nas apresentações do Contato Vital?
Tivemos músicas
marcantes nos três trabalhos anteriores: Frágil
Vida, Verso e Reverso, Geração Woodstock, A Marca são alguma delas.
17. Que mensagem
vocês deixam para o público que acompanha a banda desde o início e para aqueles
que começaram a conhecer o som de vocês?
Que busquem crescer no
conhecimento da palavra de Deus porque o conhecimento liberta – “E conhecereis
a verdade e a verdade vos libertará (João 8.32)”. Cristo é a verdade que
liberta e liberta inclusive dos falsos profetas que usam o nome de Jesus em
benefício próprio.
Muito boa a entrevista e o pensamento da banda com relação ao evangelho verdadeiro de Cristo,chega de comércio com a palavra de Deus.
ResponderExcluirmusica com conteúdo.
ResponderExcluirShow..Adorei, muito boa a entrevista.
ResponderExcluirArrasaram!! Adorei a entrevista.
ResponderExcluirA formação antiga vai deixar saudades!
ResponderExcluirTomara que venha trazer um trabalho como na primeira formação, acho muito difícil, mas veremos.
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