ARTISTA NO DIVÃ: Conheça Mario Diniz, que concorre ao Grammy Latino 2016 na categoria Projeto Gráfico

A edição desse ano do Grammy Latino trouxe uma surpresa para o cenário da música cristã. Além das indicações nas categorias dedicadas ao estilo, pela primeira vez desde 2006, um CD gospel é indicado na categoria Projeto Gráfico: o álbum Relevante, de Mario Diniz, que foi desenvolvido pela Quartel Design. Casado com Flavia Diniz e pai de Melody e Essevão, Mario é ministro de louvor da Igreja Batista do Príncipe da Paz em Belo Horizonte e iniciou seu contato com a música através do pai, que tocava na noite mineira em várias bandas e restaurantes. Além de cantar, ele também toca violão, guitarra e baixo e conversou conosco contando um pouco sobre sua carreira, o projeto Relevante e a indicação ao Grammy:

Mario Diniz foi indicado ao Grammy Latino na categoria dedicada a Projeto Gráfico | Foto: Divulgação

1. Quais são suas principais influências musicais?

Sou um cara que ouve muito pouco música, parece até um pouco contraditório (risos). Nunca fui um cara que ouve de tudo, mas tem algumas pessoas que gosto muito, como: Leonardo Gonçalves, João Alexandre, Os Arrais, Israel Houghton, Jonathan Butler, Nivea Soares.

2. Quando sentiu que chegou a hora de gravar o disco “Relevante”? 

Bem, como já tenho 16 anos de ministérios, sempre fui cobrado por não ter um CD, pois hoje existe uma pressão natural do tipo que, se você canta tem que gravar um CD. Embora eu tenha gravado vários CDs em participações de amigos, como Gerson Freire, Clamor Pelas Nações e os CDs Emanuel e Glória e Honra da Nivea Soares, eu não queria gravar um CD por pressão das pessoas ou do mercado. E foi em um tempo bem especifico que essa direção veio. Ele é sim o primeiro, não sei se terá o segundo e se virá não sei quando. Gravar um CD para mim tem que ter um causa e um propósito.

3. Como começou o projeto do disco “Relevante” e por que optou em trazer esse tema? 

Capa do CD Relevante | Fotos: Quartel Design

Bem, o CD foi fruto de um desafio, onde eu não tinha nenhuma condição financeira e tinha tomado uma decisão paralela a isso de trabalhar meio horário na empresa onde trabalho para ter mais tempo no ministério e com a minha família, principalmente que tenho dois filhos pequenos e não queria perder a infância deles. Isso trouxe mais desafios financeiros para o projeto, mas, quando entendemos o tempo de Deus, Ele provê todas as coisas. Nesse tempo eu recebi algumas propostas de pessoas e empresários querendo investir no projeto e com propostas de me levar para algumas gravadoras e sempre o meu coração fechava. Sempre tive muito claro em meu coração que Deus tinha outros planos pra mim. O tema veio como um clamor para que a igreja venha ser Relevante, assim como aconteceu na igreja primitiva e ao longo da historia do cristianismo.

4. Quem produziu o álbum e como foi entrar em estúdio para dar forma a esse trabalho?

Bem, quem foi uma das providências de Deus para esse projeto, sem dúvidas, foi o Pastor Marcos Roberto, que tem um estúdio de música em Belo Horizonte onde muita gente boa já gravou e foi tocado pela visão do projeto e nos abençoou com toda a produção e gravação. A equipe do estúdio Mix Belvedere foi sensacional. A produção executiva ficou por conta dele e a produção musical ficou com um ser humano incrível: Felipe Maia, uma pessoa muito talentosa, sensível e, além de tudo, um verdadeiro cristão.

5. O CD traz alguma participação especial?

O projeto conta com três participações: minha cunhada Leile Ricardo, uma pessoa que sempre foi referência de Deus para mim e minha família e dona de uma voz doce e única. O Gabriel Bressane, um amado irmão de nossa igreja e líder do ministério de louvor da qual trabalhamos juntos no ministério há mais de 16 anos, e a Nivea Soares, uma pessoa de um talento incrível e de um coração simples e que me inspira.

6. Quanto tempo levou para o álbum ficar pronto?

Gastamos em média quase um ano para produzir esse projeto. Embora eu pudesse fazer o CD todo autoral, decidi gravar músicas que tivessem a centralidade no Evangelho e que fazem parte da história da minha vida.

7. Como foi trabalhar com a Quartel Design para criar o projeto gráfico?

Foi outro presente incrível ter uma agência como a Quartel Design no projeto que agregou demais para o conceito, principalmente porque eu não queria fazer algo comercial e sim conceitual. Tinha uma mensagem e uma causa e, transmitir isso na arte do projeto, era um desafio enorme.

8. Explique um pouco sobre a capa e o conteúdo. Você deu algumas ideias ou tudo partiu da própria Quartel?

Bem, creio que foi um divisor de águas, pois eu queria fazer algo simples, chocante e direto. Esse projeto não tem haver comigo e sim com o evangelho. Não é sobre mim, é sobre a cruz. O tema do CD não é uma música e sim uma palavra, convidando a igreja a voltar à centralidade de Cristo e, em todo o projeto gráfico, tentamos transmitir essa ideia e a Quartel foi muito feliz na execução desse projeto. Trouxemos para o conceito do CD a historia dos mártires da Igreja e homens que foram relevantes na história. 

9. Como foi receber esse disco em mãos? O que as pessoas acharam do resultado tanto do projeto gráfico quanto da parte musical?

Ao mesmo tempo em que foi uma mistura de entusiasmo e alegria, foi muito tranquilo, pois o foco desse projeto nunca foi ter uma projeção de carreira gospel. Então, quando se tem o objetivo bem definido, o coração fica mais guardado.

10. Por que decidiu seguir o exemplo de Keith Green que também decidiu, após um tempo, não vender mais seus discos?

Eu ouvi a historia de Keith Green há mais de dez anos e me identifiquei com sua historia e seu legado ecoou em minha vida. Ver alguém que estava na glória e fama e abrir mão de tudo por uma mudança de mentalidade, me impactou muito. Ele foi confrontado no auge da fama por um pastor chamado Leonard Ravenhill e foi humilde o suficiente para perceber que ele estava perdendo a visão, ele estava mais dando valor a ser um artista do que ser um ministro do Evangelho e isso mudou sua vida radicalmente. E a partir daí ele mudou o seu foco, cancelou contrato com a gravadora, as ruas se tornaram seu palco e seus fãs foram as prostitutas, usuários de drogas e pessoas que não são o alvo de muitas igrejas. E com isso ele não vendia mais seus CDs, as pessoas pagavam quanto queriam. Quando li sua história, eu disse no meu coração: ‘Se um dia eu gravar um CD, quero seguir com o mesmo coração que esse cara’. E hoje não vendo os meus CDs, as pessoas pagam quanto querem. Faço isso não porque sou bom, pelo contrário, porque sou mau, e sei que eu poderia muito bem vender meus CDs de forma lícita como todos fazem, mas corro um perigo muito grande de ser refém do sistema e do dinheiro, por isso tomei essa decisão de andar na contramão.

11. Como foi lançar um projeto independente e receber a notícia de que ele foi indicado ao Grammy Latino?

Foi uma surpresa enorme quase que uma incoerência, pois o foco desse projeto não é comercial e minha mensagem é bem na contramão do sistema. Não tenho distribuição, não tenho gravadora, não tenho empresário, etc. Não tenho nenhum perfil que seja interessante para ter esse reconhecimento. Minha alegria teve dois motivos: o primeiro foi pela Quartel Design, pois foi muito merecido o trabalho deles e, sendo uma categoria que não é segmentada ou religiosa, concorrendo com projetos gráficos no mundo todo já é uma enorme vitória para a agência. Em segundo lugar, minha alegria está na possibilidade de mais pessoas terem acesso ao Evangelho e com isso serem tocadas pelo Espirito Santo.

12. Como está a expectativa para a noite da premiação? Está se preparando para ir a Las Vegas?

Para ser sincero, estou muito tranquilo, pois acho que é mais uma conquista da Quartel Design do que minha, creio que são eles que têm que ir para Las Vegas. O que me compete é ficar aqui e focar naquilo que Jesus me chamou, levar o Evangelho e Sua palavra através da música e da pregação.

13. Qual a mensagem que deseja que as pessoas recebam através do disco?

Sempre digo que hoje eu vejo a igreja no Brasil como um grande campo missionário, pois o número de evangélicos em nossa nação está crescendo e o país só piora. Creio que precisamos nos converter a Jesus Cristo e não ao sistema religioso. Cristianismo não é uma religião, é uma pessoa que veio morreu pelos nossos pecados e veio morar dentro de nós. Jesus não veio nesse mundo para nos dar uma vida boa, cheia de dinheiro, saúde, bens, etc. Ele veio foi para redimir nossa alma do futuro eminente que é a eternidade longe de Deus. Se um dia você foi pra Deus para que ele resolvesse seus problemas, você foi para a pessoa certa, mas se você não o buscou para perdão dos seus pecados, você ainda continua debaixo da ira de Deus. Jesus curou muitas pessoas, fez muitos milagres, mas nem todas as pessoas que foram curadas foram salvas. Precisamos voltar para o evangelho da Cruz. Que Deus nos ajude a voltar ao Evangelho puro e simples.

Saiba mais sobre Mario Diniz em:

Facebook: http://www.facebook.com/sejarelevante

Instagram: http://instagram.com/mariodinizjunior 

CD RELEVANTE (2016):

1. Adoração é Mais (Mario Diniz)

2. Voltar (Mario Diniz)

3. Vivo Feliz (Fanny Crosby)

4. Meu Primeiro Amor (Dave Wray/ Holger Fath)

5. Tu és Bom (Jeff Deyo)

6. Leva-me de Volta à Tua Cruz (Mario Diniz)

7. Isaías 6 (Mario Diniz)

8. Relevante (Mario Diniz)

9. Pra Cumprir Teu chamar (Steven Curtis Chapman)

10. Correrei para a Tua Cruz (Nívea Soares)

11. Quão Grande és Tu (Carl Gustaf Boberg)

FICHA TÉCNICA:

Direção Geral: Mario Diniz

Direção Musical: Marcos Roberto

Produção Musical: Felipe Carvalho

Vocal: Mario Diniz

Back-Vocal: Felipe Carvalho, Yasmin

Coral na música Vivo Feliz: Asafe Gonçalves, Ismael Barreto, Tiago Correa, Barbara Barros, Yasmin Rafael, Thais Cosso, Kalitha Felix, Gilson Caio e Gabriel Bressane

Participações especiais: Gabriel Bressane em Tu és Bom, Nivea Soares nas músicas Adoração é Mais e Correrei para a Tua Cruz, e Leile Ricardo em Meu Primeiro Amor

Bateria: Bruno Carvalho

Baixos: Zu Bass e Marlon Alves

Guitarras: Felipe Carvalho

Violões: Felipe Carvalho e Mario Diniz

Teclados, Rhodes e Sintetizadores: Marcos Roberto

Saxofone e Flauta: Calebe Gonçalves

Flauta Irlandesa: Alexsandro Novais

Captação de áudio: André Cardoso e Marlon Alves

Gravado no Estúdio Mix Belvedere

Mixado e Masterizado por Marcos Roberto

Projeto Gráfico: Quartel Design