3 de fevereiro de 2017

ARTISTA NO DIVÃ: Estêvão Queiroga fala sobre participação em projeto especial do cantor Adoniran Barbosa

Considerado uma das gratas surpresas do ano de 2016, o cantor Estêvão Queiroga fez bonito em sua estreia no cenário musical agradando ao público com um gosto mais “refinado” com seu álbum Diálogo Número Um, lançado pela Sony Music Gospel, que trouxe o sucesso A Partida e o Norte, que encantou a todos com um clipe que é uma verdadeira obra de arte em vídeo.

Com esse estilo peculiar e sereno na forma de fazer música, Queiroga foi convidado para participar de um projeto com canções inéditas de Adoniran Barbosa, considerado o pai do samba paulista e autor de clássicos como Trem das Onze e Saudosa Maloca. Intitulado Se Assoprar Posso Acender de Novo, o registro foi lançado em novembro passado no formato digital e também em um box com CD e DVD reunindo artistas renomados da MPB como Ney Matogrosso, Simoninha e Fernanda Takai.

Único representante do segmento gospel no projeto, Estêvão Queiroga conversou com o Gospel no Divã sobre a participação do projeto ao lado do cantor e violeiro Yassir Chediak na faixa O Mundo vai Mal, escrita por Adoniran em parceria com Antônio Rago.

1. Você diria que Adoniran Barbosa de certa forma é uma referência musical em sua carreira? Caso seja, isso se reflete de alguma forma em seu primeiro álbum?
Adoniran é um dos maiores nomes da música brasileira e me identifico com sua musicalidade simples e bem-humorada, mas não diria que o samba está diretamente presente no meu disco. Na minha memória musical e afetiva ele está presente pois tenho um tio-avô que gostava de cantar suas canções em festas da família. Só depois fui descobrir que aquelas músicas não eram do Tio Nel (risos). Então poderia dizer que, entre tantas incontáveis, a arte dele também está presente na minha obra, ainda que essa influência não seja perceptível neste primeiro disco.

2. Como surgiu o convite para participar desse projeto?
Conheci o produtor musical do projeto, Lucas Mayer, anos atrás quando trabalhava numa agência de publicidade. Desde então passamos a acompanhar o trabalho um do outro pelas redes. Nos reencontramos num aniversário de um amigo em comum, ele havia assistido ao clipe A Partida e o Norte e gostou muito, então me chamou pra gravar uma das faixas. Eu demorei a acreditar, mas pelo jeito era verdade (risos).

3. Como é para você ser o único representante da música cristã nesse álbum?
Sou só mais um intérprete que deu sua contribuição ao álbum. Pra mim é uma honra estar no projeto ao lado de outros artistas e seres humanos iguais a mim. Não sei se sou o único cristão do projeto, em se tratando de um país quase totalmente cristão como o nosso, é bem improvável.

4. Como foi a escolha da canção e a gravação da mesma?
O Lucas sugeriu essa e eu amei. Ele ofereceu a que eu escolheria. A mensagem da canção é tudo que eu gostaria de cantar e que penso ser relevante pro mundo hoje.
Estêvão Queiroga interpreta música inédita do mestre Adoniran Barbosa no projeto Se Assoprar Posso Acender de Novo (Divulgação)
5. Teve liberdade de dar sua cara à música?
Totalmente. Pensei a harmonia junto com o Lucas e tive produção vocal da Dra. Blacy Gulfier, assim como no meu disco Diálogo Número Um. Depois o Lucas acrescentou outros elementos e convidou outros músicos, com destaque para o genial Yassir Chediak, na viola caipira.

6. Como foi a gravação e conferir o resultado?
Tudo super tranquilo durante a gravação. O resultado me emociona sempre que ouço e já tenho apresentado a canção por onde passo.

7. Houve algum momento especial durante a gravação que queira destacar?
O projeto todo foi especial pra mim. Estar no mesmo disco que Fernanda Takai, Ney Matogrosso, Criolo, Maurício Pereira, entre tantos outros artistas incríveis, cantando músicas inéditas de Adoniran Barbosa, é surreal. Presente de Deus mesmo.

8. Em pleno 2017 ainda há certo preconceito com essa coisa de “crente ouvir música secular”. Qual sua opinião sobre esse assunto?
A ideia de não ouvir música ‘do mundo’ não é uma visão antiquada que se opõe a uma visão moderna que aceitaria a música ‘secular’. Basta pensar que no antigo Israel, há três mil anos, não havia música secular, muito menos música sacra. Havia músicas para propósitos diferentes, pra festa, pro culto, pra guerra, etc. Pelo contrário, essa separação é atual, ocidental e tem tudo a ver com nossa mentalidade secularizada onde Deus é apenas uma parte do todo. Dito isto, que cada um seja honesto com sua consciência e evite julgar quem pensa diferente. Não escute e não cante aquilo que crê que não deve escutar ou cantar. Eu, por exemplo, faço assim. E além disso, tenho mais uma pergunta: Se Deus fez o mar, o mar é gospel?

9. Há algo mais que será feito em relação a esse projeto: pocket-show, videoclipe, CD físico?
Devo cantar em alguns eventos derivados do projeto em 2017. Há um DVD já disponível na Livraria Cultura. Também será lançado um documentário e uma cinebiografia do Adoriran. Vamos ficar ligados!

Confira abaixo o CD Se Assoprar Posso Acender de Novo disponível no Deezer e ouça a canção O Mundo vai Mal com Estêvão Queiroga:

Estêvão Queiroga também está em nossa playlist GND HITS, com a música A Partida e o Norte, que está disponível na Deezer:

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