Felipe Valente e Deise Jacinto falam sobre a parceria no clipe de Retrovisor (Reprodução de Internet) |
Com uma letra que sobre o lugar que damos para Deus em
nossas vidas, Deise Jacinto e Felipe Valente conversaram com o Gospel no Divã sobre
a parceria, a gravação do clipe e as simbologias por trás da produção.
1. Depois do álbum “Final
Feliz”, quando decidiu que era hora de trazer algo novo pro público?
DEISE JACINTO: Sou uma pessoa que gosta de novidades e
enjoa rápido das mesmas músicas. Já estava sentindo falta de um trabalho novo a
algum tempo. Porém, pra se fazer algo de qualidade precisa de tempo e dinheiro.
Acredito que Retrovisor saiu no
tempo que Deus queria. Espero que cada dia o tempo entre um trabalho e outro
seja menor.
2. Como nasceu a
canção “Retrovisor”? É composição sua? Explique um pouco a história e a
mensagem por trás dessa canção.
DEISE: Retrovisor
é composição minha e nasceu há aproximadamente uns dois anos. Estava tendo contato
com algumas pessoas muito machucadas com Deus por conta da religião ou alguma
experiência negativa e não acreditavam mais na existência dEle. Às vezes, temos
vergonha de admitir nossas dúvidas e medos. Essa canção é sobre a solidão que
sentimos como ser humano e o lugar de Deus na nossa vida. Ele está aonde
deixamos Ele estar. Ele pode ou não participar da nossa vida. Precisamos
escolher se vamos abrir a porta ou mantê-la fechada.
3. Quem foi
responsável pela produção musical?
DEISE: Sempre me envolvo bastante nos meus
trabalhos, mas quem encabeçou a produção foi a Suzanne Hirle, produtora também
do álbum Final Feliz.
DEISE: A música é um diálogo e ficaria mais claro
gravar em dueto. O Felipe é meu amigo, esposo da minha produtora, sempre opinou
na minha arte e tem carta branca pra isso. Sempre foi referência pra mim e
poder cantar com ele me fez muito feliz. Além de ser umas das vozes mais
bonitas da música brasileira foi ele e a Suzanne que abriram meus olhos para
essa canção. Estava na mão de outro cantor para ser gravada. Após o puxão de
orelha acabei pegando a música de volta, com a total compreensão desse amigo.
Coisas que a gente não sabe explicar.
5. E quanto a você,
Felipe? Como foi fazer o dueto com Deise Jacinto?
FELIPE VALENTE: Foi fácil. A Deise apresenta personalidade
no cantar, no tocar e no compor. Assim sendo, fica fácil se adaptar às
peculiaridades do artista, se entregar e valorizar a canção, a fim de que o
público seja servido com o melhor que temos. Sem falar que trata-se de uma
pessoa pela qual tenho profundo carinho.
6. Qual foi sua
reação ao ouvir a canção pela primeira vez?
FELIPE: Emoção. No meu entender existe um elemento
que nunca deve faltar à uma música: verdade. Quem conhece a Deise, conhece um
pouco de sua história de vida e o percurso que fez até chegar aqui, sabe bem do
que eu estou falando. A música é reflexo imediato de tudo isso e, sem dúvidas,
aumenta o impacto que causa. Embora eu não tenha elementos que possam provar o
que vou dizer, me inclino a pensar que o público em geral, mesmo não conhecendo
a trajetória pessoal do artista, percebe essa verdade e adere à mensagem da
música.
“Para Deus não existem portas fechadas, Ele pode entrar quando quiser, mas nunca vai entrar sem ser convidado” |
DEISE: O roteiro foi pensado junto com um amigo
formado em cinema, chamado Henrique Torres. Desenvolvemos o conceito e
escrevemos juntos, de modo que o filme pudesse ter mais impacto e valorizasse
todo o drama exposto na canção.Opinei o tempo inteiro. Sou uma artista que se
envolve 100% em cada trabalho.
FELIPE: As gravações foram tranquilas. A condução do
diretor Hugo Pessoa fez toda a diferença. Ao mesmo tempo em que demonstra ser
um profissional extremamente seguro, que sabe o que está fazendo, é também um
artista sensível. Isso passa muita tranquilidade para quem está sendo dirigido.
Sem falar que o roteiro estava bem delineado, evitando assim eventuais
contratempos. Só restou trabalhar e esperar o resultado.
8. Fale sobre o final
do clipe e a simbologia por trás das imagens.
DEISE: Para Deus não existem portas fechadas, Ele
pode entrar quando quiser, mas nunca vai entrar sem ser convidado, Ele respeita
nossa escolha. Cabe a gente escolher se abre ou não a porta da nossa alma. Se O
deixa participar da nossa vida ou vai sempre ser deixado no banco de trás.
FELIPE: O homem gosta do conforto de uma experiência
religiosa onde existe uma dicotomia entre o espiritual e o material. Criamos a
ilusão de uma dimensão não-espiritual da vida e o resultado disso é a sensação
de que há momentos em que estamos distantes dEle. Melhor dizendo, a simples
percepção de que fora dEle não há vida, já é suficiente para desmontarmos essas
categorias. Embora a música não diga isso textualmente, reforça a ideia de que ‘a
terra está cheia da Sua glória (Isaías 6.3)’, que estamos todos, sempre, ‘diante
de Sua face (Salmos 139.7)’ e, por fim, que ‘nada nos separa do amor de D’us
que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Romanos 8.39)’. A música é uma reflexão
a respeito das portas que fechamos e que nos impedem de vê-lo, mas Ele continua
lá, incansável, esperando o filho abrir a porta e enxergar que Ele sempre
esteve ali.
(Agradecimentos a Camila Mota por intermediar a entrevista)
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