16 de setembro de 2011

O bom filho à casa torna


Cria do bairro de Irajá onde morou por mais de 20 anos, Wagner Dias Bastos, mais conhecido como Waguinho, é a prova real de que Deus é capaz de transformar o mais vil pecador em um homem de bem. Ex-vocalista do grupo Os morenos, o cantor hoje dá testemunho de sua entrega a Jesus que aconteceu em 2003 e vem dando cada vez mais frutos ao longo de sua caminhada. Lançando o CD Samba adorador, o quarto de sua carreira após a conversão, ele se mostra engajado em lutar pela sociedade e não esconde a preocupação com os rumos da nossa juventude: “Não é só reprimir o tráfico, mas tem que dar oportunidade para aquele jovem”, declarou o cantor que retornou ao bairro de infância para se apresentar na Mega Gospel Night onde provou que samba e funk tem tudo a ver. “O povo brasileiro tem uma aptidão muito grande pelos nossos ritmos”.

1. Como é se apresentar no palco da Mega Gospel Night ao som do samba e do pagode em um evento onde predominam ritmos como funk e hip hop?
É uma experiência muito boa ver a juventude toda reunida, se divertindo com paz, amor, alegria, sem droga ou bebida alcoolica. Me sinto realizado principalmente por se tratar de Irajá onde comecei a frequentar meus primeiros bailes com 12, 13 anos de idade. Morei aqui por 22 anos e hoje volto depois de tantos anos, mas para adorar ao Senhor e testemunhar o quanto Deus pode transformar a vida de um homem.

2. E o que pode dar dessa união entre hip hop, funk, pagode e samba?
Vai dar samba, né (risos)? O povo brasileiro tem uma aptidão muito grande pelos nossos ritmos e o hip hop tem um segmento muito legal na batida do samba. Você vê que é o mesmo andamento (imita a batida do samba), é tudo musical.

3. Você acaba de lançar seu quarto CD – Samba adorador. Fale um pouquinho sobre esse novo trabalho.
Está sendo uma alegria muito grande. Tem seis meses que a gente lançou o CD e já estamos quase ganhando disco de ouro. Vender 30 mil cópias de um CD independente, só Deus mesmo para fazer isso, né? Só tenho a agradecer a Deus.

4. O repertório é composto basicamente por regravações de outros artistas, mas com uma roupagem mais no seu estilo. Como foi feita a seleção de canções do CD?
Eu já tinha feito três CDs de músicas inéditas e sempre canto muito nos presídios, nas favelas, na igreja. As pessoas gostam e eu quis fazer um trabalho com músicas conhecidas e coloquei uma batucada para poder alcançar mais essa galera das comunidades, dos presídios, das bocas de fumo que é o trabalho que eu gosto de fazer e direcionado completamente para essas pessoas e assim trazê-las para a casa do Senhor. Você vai ouvir canções como Restitui (Toque no Altar), Deus de promessas (Toque no Altar), Segura na mão de Deus que tem uma faixa bônus com o Thiaguinho do Exaltasamba cantando comigo. E ainda tem Elaine Martins cantando Alvará, que é uma música inédita, Nívea Silva em O mover do Espírito (Armando Filho) e Kelen Rodrigues cantando Sou um milagre (Voz da Verdade). No total, são 11 regravações e duas inéditas.

5. E além do CD, você foi indicado ao Troféu Promessas como Melhor Cantor. Como foi receber essa notícia?
Fiquei surpreso e de boca aberta porque eu não me inscrevi, fui indicado por uma comissão. Parece até brincadeira disputar o Troféu Promessas com Álvaro Tito, Kleber Lucas, André Valadão, mas Deus sabe de todas as coisas. Se Deus colocou meu nome lá é porque tem algum propósito nisso. Me senti honrado em ser indicado e “tamo aí” mandando a galera votar e estamos na dispensação do Senhor.

6. Vivenciando o quadro da nossa sociedade em seus trabalhos pelos presídios e bocas de fumo, como você a atual situação do Rio de Janeiro?
Olha, o Complexo da Penha e o Morro do Alemão são lugares onde eu fui crescendo e depois vim pro Irajá. Meus pais são daquela região, mas hoje não moram mais lá. Eu vejo tudo com muita preocupação porque não é só reprimir o tráfico, mas tem que dar oportunidade para aquele jovem e para as crianças que estão lá aprenderem uma profissão. O nosso maior problema social hoje é a profissionalização desses jovens e a ressocialização daqueles que saem do presídio. Se não tivermos uma política voltada para esse trabalho, não vai dar em nada.

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