O sertão nordestino foi cenário para a gravação do novo CD do Diante do Trono | Fotos: Divulgação |
O Diante do Trono pode ser considerado um dos responsáveis pelo que a música gospel é hoje em dia no Brasil, além de ser o único representante gospel com um CD na lista dos dez mais vendidos na história da indústria fonográfica no Brasil de todos os tempos. Desde 1998, o DT grava e lança todos os anos pelo menos um CD, compondo uma série que já acumulou 15 álbuns, todos superando a marca de 100 mil cópias vendidas.
Não é novidade a força do DT no show business gospel aqui em
nosso país e, geralmente, grandes nomes em qualquer segmento musical são
responsáveis por burburinhos incomuns, às vezes polêmicos, positivos ou não. Na
história do Diante do Trono já houve alguns estranhamentos como quando Ana Paula Valadão ministrou em um show
imitando um leão. Há também quebra de paradigmas: foram as danças sempre
presentes nos DVDs do ministério que essa arte deixou de ser um tabu nas
igrejas de norte a sul. Isso sem contar o caráter de sentimentalismo das
ministrações, sobretudo as canções espontâneas que Ana Paula repete até hoje em
suas apresentações em que há quem goste e há quem pule logo pra próxima música.
Quando se tem notoriedade, se tem também críticas negativas:
há quem diga que a voz da Ana é chata, que o estilo do ministério está
estagnado, dentre outras coisas. É sempre assim, o pop não poupa ninguém, não é
mesmo?
O mote de 2013 foi gravar numa cidade do interior do
nordeste: Juazeiro do Norte. Um palco simplista e sem led. Uma playlist que em
sua maioria foi composta por regravações repaginadas de grandes sucessos da
banda. Na semana seguinte à gravação que aconteceu no dia 06 de julho,
acompanhamos as redes sociais do DT divulgarem fotos de pequenos shows em
regiões do interior do nordeste. Pelo que se percebe, o DVD contará com um
registro bem íntimo do sertão já que mais do que cantar sobre ele ou para ele,
o grupo também cantou nele. As casas de pau a pique tornaram-se cenografias e
ali também estava o sertanejo, o barro, o rio São Francisco que juntos formaram
o Sertão Diante do Trono.
Alguns fãs já reclamaram de tais registros extras, inclusive
Alex Passos – diretor de vídeo do
projeto – respondeu ao feedback chamando os “reclamões” de malas. No bônus da
fama há ainda o sentimento de pertencimento de cada admirador que quer ser
responsável por cada detalhe do projeto e dar suas opiniões.
Para quem já tem mais de 15 anos de estrada é preciso
incansavelmente propor algum tipo de espetáculo novo em suas produções. Seja um
oleiro desenhando vasos no palco, seja com um led 3D, seja com fogo e água
dividindo o espaço com a melodia. Tu
reinas, nome que o álbum Sertão DT recebe, vale principalmente por levar
até o menu do seu DVD o microcosmo ensolarado, seco e sofrido do agreste. E não
necessariamente com um tom de tristeza, mas com sanfonas, um baião e uma
dancinha de forró de Ana Paula Valadão. Por fim, o CD e DVD terão novidades
boas e repetições enjoativas do ministério. Se tratando do Diante do Trono 15
anos depois, o que mais vale a pena: a porção nova ou a porção de mais do
mesmo?
Parabéns ao marketing do DT. Boa sacada!
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