Uma final sem muitas surpresas

Por Rafael Ramos

Finalmente pudemos conhecer a nova voz da música gospel que terá um CD distribuído pela Sony Music, a gravadora que tem mexido com as estruturas do mercado fonográfico. Dos 17 candidatos que foram aprovados em cada região, apenas dez tiveram a chance de se apresentar para uma plateia lotada na Igreja Apostólica Comunidade em Cristo na Ilha do Governador (RJ). Alguns favoritos como Evandro Elias do Rio de Janeiro e Ed Soul de Brasília foram limados logo no início, mas alguns que ficaram provaram seu talento. O público pode assistir ao making-of com presença de Mauricio Soares, diretor da Sony, e sentir o nervosismo dos finalistas.

Na hora H, muitos competidores aparentaram nervosismo e acabaram não se destacando tanto. Quem abriu a noite foi a representante de São Paulo, Esther Oliveira, que apresentou a canção Sonda-me, usa-me de Aline Barros. Igor Alves, que é de Belo Horizonte e trabalha como professor de técnica vocal, cantou a música que foi uma das favoritas dos candidatos – Sobre as águas do Trazendo a Arca. A mato-grossense Thalita Angélica, que arrancou um glória a Deus de Soraya Moraes com seu estilo pentecostal, estava meio apagada na apresentação com Advogado fiel de Bruna Karla e não empolgou tanto. Quesia Luz (a que chorou na audição) interpretou a música que marcou sua audição no DMG – Promessa do Renascer Praise. O roqueiro Miqueias Medeiros emprestou seu estilo peculiar à versão Vim para adorar-Te, conhecida nas vozes de Marcus Salles e Emerson Pinheiro do Quatro por Um. A canção Quão grande é o meu Deus foi interpretada por Ivan Monteiro que impressionou por seus agudos. A cearense Anny Ellen conseguiu levantar o povo com sua interpretação do primeiro sucesso de Fernanda Brum – A Tua Glória. Olha pra mim do Toque no Altar foi defendida pelo timbre forte de Nivaldo Júnior que canta profissionalmente desde os 15 anos. Fernando Cesar também não empolgou muito com sua interpretação mais melodiosa de Deus de promessas. Fechando com um louvor pentecostal, Celine Gouveia cantou Hino de vitória de Cassiane.

Após as apresentações, Pastor Djalma Corrêa chamou os três finalistas que foram: Anny Ellen, Miqueias Medeiros e Quesia Luz. O que pode ter sido surpresa para alguns, menos para mim (leia no box abaixo), Quesia Luz foi anunciada como a nova voz da música gospel nacional e, junto com todos os presentes, celebrou a conquista ao som de Amigo do Senhor com Chris Durán.

Nota do editor:

Faro de jornalista? Intuição? Sexto sentido? Clarividência? Não sei dizer o que foi, mas a vitória de Quesia Luz nessa primeira edição do Desafio da Música Gospel não me pegou de surpresa. Quando a vi na audição de Salvador cantando a canção que marcou sua passagem pelo reality – Promessa do Renascer Praise – e que a fez engasgar, pensei na hora: ‘Essa menina vai ganhar!’. E minha suspeita só aumentava ao ouvir o SIM dos três jurados. Confesso que ela não era uma das minhas favoritas ao prêmio, mas algo me dizia que a vez seria da Bahia (como Conrado disse usando o velho clichê de que baiano não nasce, estreia). Também confesso que comecei a torcer pela menina porque já tinha uma pauta pronta para entrevistá-la desde o instante da audição. Agora é torcer para que a cantora não caia no ostracismo como acontece a muitos participantes desses realities (alguém se lembra da Vanessa Jackson do Fama ou do Leandro do primeiro Ídolos?) e que a produção do DMG cometa menos erros do que nessa primeira edição que foi um verdadeiro teste. Ah! E não adianta fazer fila na minha porta querendo saber os números da Mega-Sena achando que virei vidente ou coisa parecida. Quesia fez por merecer e agora nos cabe torcer e orar pela nova voz da nossa música.