Novo representante do estilo alternativo no cast da Graça
Music, o rapper Leandro Marques chega
com a missão de levar a Palavra de Deus através da poesia do hip-hop. Aos 37
anos, o morador de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, começou a vida na
igreja onde foi professor de Escola Bíblica Dominical e músico, mas foi seu
contato com o povo na rua que fez com que ele despertasse para seu real
chamado.
Envolvido com questões sociais, Leandro ainda arruma tempo
para dar apoio à Associação Humanitária
Missões a 100 graus com o intuito de apoiar aqueles que precisam. Como
integrante da Graça Music ele espera conseguir alcançar ainda mais vidas
através de seu CD O poder da Palavra,
lançado em 2012 e que agora passa a ser distribuído pela gravadora que
desenvolveu um novo projeto gráfico e também está na expectativa para lançar um
projeto inédito no ano que vem. Casado com Célia
e pai de André e Letícia, você confere o bate-papo que Leandro Marques teve conosco
onde falou sobre a carreira e os planos para o futuro.
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Ana Paula Porto (gerente executiva da Graça Music) recebe Leandro Marques na sede da gravadora | Foto: Marcelo Nejm |
1. Como iniciou seu
ministério com missões urbanas?
Eu trabalhava na igreja como músico e professor de Escola Bíblica até o dia em que o Pr. Sérgio Fraga me convidou para ir à praça. Peguei minha guitarra e comecei a tocar para aquela galera de rua e vi que era aquilo que queria para minha vida. Eu me dediquei a esse trabalho e do ar livre fui para a favela e depois para o presídio, para a boca de fumo, para orfanato, asilo, casa de recuperação.
2. O que mais lhe
motivou a se envolver na recuperação de usuários de drogas e apoiar a Associação
Humanitária Missões a 100 graus?
A pergunta que eu faço é ‘Por que não te motivou ainda?’. Por que toda a igreja não se identifica com esse ministério? Eu participo disso trabalhando nas comunidades e nas escolas e 80% dos jovens usam drogas lícitas e ilícitas. Hoje são seis mil usuários de crack vivendo na rua e trabalhamos com abordagem, acolhimento, reabilitação e ressocialização. Mas se a gente conseguir fazer a prevenção, vamos derrubar todas essas etapas e voltar na linha do tempo e pegar aquele menino de 12 anos antes de fumar o primeiro cigarro e assim você fecha a torneira na fonte.
3. Falando agora de
música: quando descobriu sua aptidão musical e por que optou pelo hip-hop?
Eu tinha quatro anos e fazia paródia de várias músicas, mas, quando fui ficando adolescente, comecei a fazer algumas canções congregacionais que foram cantadas na minha igreja. Aí veio o dia mais triste da minha vida quando descobri que eu não sabia cantar e pensei em cantar hip-hop. É um som que todo mundo curte e começou sem querer.
4. Em abril de 2011
nasceu a coletânea Missões a 100 graus. Como foi a concepção desse álbum?
A gente precisava comprar um terreno para ajudar uma casa de recuperação e eu precisava fazer um evento bilhetado para pagar toda a estrutura do show e fiz essa coletânea para levantar recursos. Todas as músicas são de minha autoria e canto uma música que é o Calibre 66 onde tudo começou.
5. Mas foi em 2012
que você lançou oficialmente seu primeiro projeto solo – o CD O poder da
Palavra. Como foi a produção do disco em parceria com Eddy Ribeiro desde a
definição de repertório até o lançamento?
Fiz as músicas, mostrei pro Eddy e juntos decidimos arranjos e produção que levou uns três meses.
6. Calibre 66 é um
dos grandes sucessos de sua carreira. Fale um pouco sobre a história dessa
música.
Essa música nasceu pelos meus estudos da Bíblia e das pregações que eu ouvi. Sou apaixonado pela Palavra de Deus e a Bíblia para mim é tudo. O amor e as pessoas são minha inspiração e sempre quis fazer um hip-hop que todo mundo possa entender.
7. O que espera dessa nova fase agora tendo uma gravadora como suporte?
Eu espero que através da estrutura da Graça Music todas as minhas canções possam alcançar pessoas não só no Brasil, mas no mundo inteiro.
8. Em seu site você fala de dois projetos – o CD O poder da Palavra II – O Show e a gravação de um DVD. Como estão esses projetos e o que o público pode esperar?
O poder da Palavra II está quase pronto e só faltam alguns ajustes e é uma produção minha com Fabiano Santana (KMGR Produções). E a gravação do DVD tem um caminho pela Graça Music.
9. Falando ainda em
projetos, seu site fala sobre o filme ‘A igreja no lixão’. A que se refere esse
projeto e existe alguma previsão de lançamento?
Isso é um sonho que eu tenho de alcançar pessoas que vivem no aterro sanitário de Gramacho que foi o maior da América Latina e algumas parcerias já estão sendo fechadas e eu espero que essa minha nova etapa na Graça Music faça com que eu consiga realizar esse sonho e ajudar jovens que vivem abaixo da linha da pobreza.
10. O Brasil tem
passado por uma fase de verdadeira revolução em que o povo foi para as ruas lutar
pelos seus direitos e vemos que você tem um forte envolvimento com essa questão
social. Acredita que a igreja de forma geral realmente tem executado bem o seu
papel de agente transformador junto à sociedade?
Eu fico muito triste de não ter sido a igreja de ter ido para a rua primeiro. Nós que deveríamos ter puxado esse bonde. Jesus foi o grande revolucionário da história, agora a nossa revolução não vai vir pelas armas, pela violência ou pelo vandalismo, a nossa revolução vai vir pela Palavra. É o poder da Palavra que revoluciona o homem e a sociedade. Foi assim com Jesus, Martinho Lutero, John Wesley e todos os homens de Deus como o Missionário. Talvez, se tivesse que ser mais vanguardista, o nome do CD seria A revolução da Palavra.
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